O pão e o vinho para todosdo Vai Morar com o Diabo na reportagem de ontem e cor de hoje é nenhuma
(...) por isso creio
Cada noite no dia
E quando tenho sede creio na água.
Porque creio no homem
Creio que vamos subindo
O último degrau
Daí veremos
A verdade repartida
A simplicidade implantada na terra,
O pão e o vinho para todos.
Ai, meu Deus!
Ai, meu Deus!
O que é que há?
Ai, meu Deus!
Ai, meu Deus!
O que é que há?
A nega lá em casa
Não quer trabalhar
Se a panela tá suja
Ela não quer lavar
Quer comer engordurado
Não quer cozinhar
Se a roupa tá lavada
Não quer engomar
E se o lixo tá no canto
Não quer apanhar
E prá varrer o barracão
Eu tenho que pagar
Se ela deita de um lado
Não quer se virar
A esteira que ela dorme
Não quer enrolar
Quer agora um cadilac
Para passear...
Ela quer me ver bem mal
Vá morar com o diabo
Que é imortal
Ela quer me ver bem mal
Vá morar com o sete pele
Que é imortal...
sendo Jacaré do ramo, a ordem é quero essa mulher assim mesmo
eu quero essa mulher assim mesmo
eu quero, quero essa mulher assim mesmo
malfalada embriagada
esfarrapada despenteada
abilolada assanhada
embriagada esfomeada
mas Noel, dono do pedaço, não pensa assim e vem de tijolo na testa
Mas que mulher indigesta!(Indigesta!)
Merece um tijolo na testa
Essa mulher não namora
Também não deixa mais ninguém namorar
É um bom center-half pra marcar
Pois não deixa a linha chutar
E quando se manifesta
O que merece é entrar no açoite
Ela é mais indigesta do que prato
De salada de pepino à meia-noite
Essa mulher é ladina
Toma dinheiro, é até chantagista
Arrancou-me três dentes de platina
E foi logo vender no dentista
"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.
E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'." Charles Baudelaire
Para estar com Baudelaire, vai uma boemia do maldito Rimbaud.
ResponderExcluirBeijos
Sergio Rosa
Minha Boêmia
(Fantasia)
Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!
O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.
Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;
Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!
Da vez em que Vinicius de Moraes falou pela boca de Chico Buarque no programa Sangue Latino:
ResponderExcluirAmiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranqüilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...
* Por quem a humanidade espera em 2012? (Leila Sales)