quarta-feira, 29 de maio de 2013

Do pesadelo, Jacaré cai em love com uma tigresa na dúvida entre a sanfona e a rebeca de Bajado e Dominguinhos

 
Jacaré dormia quando teve um pesadelo e para acalmá-lo, a jacarense Sheila cantou-lhe assim um poema, com Cazuza, Frejat e Ney Matogrosso

Clarice Lispector

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
 
El greco

Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim,
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo

 
Munch - o grito das Carmelitas


Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Enquanto tudo isso acontecia, na noite calada, os jacarenses Jairo, Marcelo, Luciano e João Guerreiro entraram numa conversa infinda sobre os instrumentos para a festa de São João do Jacaré em

6 de julho - sábado

o impasse está entre a sanfona e a rebeca

Bajado, um artista de Olinda chegou-se com sanfona e rebeca, é só admirar:


A rebeca com Zé do Coco do Riachão na canela da arubu

A sanfona com Dominguinhos

Juntem as duas, assim falou Bajado, um artista de Olinda



Nessa mesma noite, não se sabe porque, um jacarense se viu enroscado com uma tigresa de unhas negras num frenético dancing day

Uma tigresa de unhas
Negras e íris cor de mel.
Uma mulher, uma beleza
Que me aconteceu.
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel.




Uma jacarense se preparando para o festival de jazz em Rio das Ostras, capital de Aldo e Marcela - majestades, pois essa jacarense recebeu uns Beatles, que Aldo diz não terem existido

Jo-Jo was a man who thought he was a loner,
But he knew it couldn't last.

Jo-Jo left his home in Tucson, Arizona,
For some California grass.

Get back.
Get back.
Get back to where you once belonged.
Get back.
Get back.
Get back to where you once belonged.

Get back, Jo-Jo...

domingo, 26 de maio de 2013

Não se castrem em nada, assim falaram Jacaré e Clarice Lispector na tourada



A amiga do Jacaré, mui buena maestra de español, Claudia enviou a deliciosa voz e dança de Isabel Pantoja em Marinero de luces,    com a espada do toureiro:



Ese barco velero cargado de sueños,
Cruzo la bahía
Me dejo aquella tarde agitando el pañuelo
Sentada en la orilla
Marinero de luces, con alma de fuego y espalda morena
Se quedo tu velero perdido en los mares
Varado en la arena.
Olvidaste que yo gaviota de luna
Te estaba esperando,
Y te fuiste meciendo en olas de plata.
Cantando, cantando
Te embrujo aquella tarde
El olor de azahar.
Ese barco velero cargado de sueños cruzo la bahía.
Ese barco velero cargado de sueños cruzo la bahía
Me dejo tu mirada de fuego encendido
Clavada el la mía
Marinero de luces de sol y de sombra, de mar y de olivo
Se quedo tu silencio de rojo y arena
Clavado en el mío

Nessa semana que ora se encerra e começa (domingo é primeiro ou último ? ) outro toureiro foi chifrado pelo touro. Foram pois, três toureiros chifrados...

Êpa ! Jacaré cantou "eu não sou toureiro não"  .


Mas Jacaré, cumpre sua missão de divulgar o que o que os jarenses pedem e o andaluz jacarense Pablo del Morão assim trouxe à página do Jacaré suas considerações:



- o touro leva a vida com mais diginidade que o boi. O touro é criado solto, transa com as vacas e corre pelos longos pastos. Na tourada tem chance de matar o toureiro.



- o boi é castrado, se estabulado, nem se move, não tem pasto, não transa com ninguém e nenhuma chance de matar seu algoz tem.

O jacarense Antônio do Algarve nos mandou cá Amália Rodrigues cantando o namoro do touro com a lua em La luna y el toro

e pergunta se alguém tem uma poesia de amor de um boi com qualquer astro



Esse toro enamorado de la luna
Que abandona por la noche la maná
Es pintado de amapola e aceituna
Y le puso companero el mayoral ...

 A jacarense ucraniana Kalina Plavo traz Clarice Lispector dizendo letras com sonoridade pelo selvagem do touro e a fraquesa de ser boi - castrado.



" ... Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você, sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. ”

Tem mais, disse a facção taurina do Jacare: o touro vira signo e boi vira baby beef.

E assim com a poesia de Luiz de Gongora, ao som do Toreador de Carmen, de  Bizet, Jacaré convida para a festa de São João em

6 de julho



e não castrem seu animais de estimação, faz mais mal do que uma  tourada, o animal não tem como se defender e fica como que lobotomizado.

ou melhor, como Clarice, não se castrem em nada 

assim falaram Freud e Jacaré

Enquanto, ao competir com teu cabelo,
ouro polido ao sol deslumbra em vão;
enquanto com desprezo ao rés-do-chão
olha tua alva frente o lírio belo;
enquanto atrás do lábio, por querê-lo,
mais olhos que do cravo agora vão;
e enquanto triunfa com afetação
do luzente cristal teu ser de gelo;
goza gelo, cabelo, lábio e frente,
antes que tua hora tão dourada,
- ouro, lírio, lilás, cristal luzente -
não só em prata ou flor estiolada
se torne, mas tu e isso juntamente
em terra, em fumo, em pó, em sombra, em nada.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Jacaré em San Izidro festeja o balão cor de rosa que o toro deu no torero e anuncia a festa de São João com Luiz Gonzaga


Jacaré, bicho que é, desafia os toureiros:

- vengan los toros  y joder el torero ...






Por que duas fotos ?

- Porque a vitória do touro é quase impossível e a cara de prazer do touro é ímpar. Chega a sorrir.

Depois de ver o toureiro dançar, Jacaré se quedó en un boteco para unas cervecitas com tapas ouvindo e dançando Malagueña Salerosa


El Cordobês, maior toureiro da Espanha, em 1957 também se deu mal com o touro que lhe deu um paso doble .

Jacaré, no entanto foi cutucado por   João Cabral de Melo Neto desde 1955:


Eu vi Manolo González
e Pepe Luís, de Sevilha:
precisão doce de flor,
graciosa, porém precisa.

Vi também Julio Aparicio,
de Madrid, como Parrita:
ciência fácil de flor,
espontânea, porém estrita.

Vi Miguel Báez, Litri,
dos confins da Andaluzia,
que cultiva uma outra flor:
angustiosa de explosiva.

E também Antonio Ordóñez,
que cultiva flor antiga:
perfume de renda velha,
de flor em livro dormida.

Mas eu vi Manoel Rodríguez,
Manolete, o mais deserto,
o toureiro mais agudo,
mais mineral e desperto,

o de nervos de madeira,
de punhos secos de fibra,
o de figura de lenha,
lenha seca da caatinga,

o que melhor calculava
o fluido aceiro da vida,
o que com mais precisão
roçava a morte em sua fimbria,

o que à tragédia deu número,
à vertigem, geometria,
decimais à emoção
e ao susto, peso e medida,

sim, eu vi Manoel Rodríguez,
Manolete, o mais asceta,
não só cultivar sua flor
mas demonstrar aos poetas:

como domar a explosão
com mão serena e contida
sem deixar que se derrame
a flor que traz escondida,

e como, então, trabalhá-la
com mão certa, pouca e extrema:
sem perfumar sua flor,
sem poetizar seu poema.

Picasso - a morte do toureiro

Jacaré ficou tão triste que Picasso veio lhe dizer que pintou a morte do torero.

E de Picasso a Luiz Gonzaga é um pulo para anunciar a festa de São João do Jacaré em 6 de julho.

Preparai pois, povo jacarense

Nem se despediu de mim
Nem se despediu de mim
Já chegou contando as horas
Bebeu água e foi-se embora
Nem se despediu de mim
Te assossega coração
Esse amor renascerá
Vai-se um dia mais vem outro
Aí então, quando ele voltar
Quebre o pote e a quartinha
Bote fogo na tamarinha
Que ele vai se declarar



PS: Tem exposição do Godard no Rio

domingo, 19 de maio de 2013

De Magritte a Luciano, jacaré pega matá e come pois só a antropafagia une



n'est pas um guarda chuva qualquer que Luciano tem à mão...

... são Les Parapluies De Cherbourg que Michel Legrand mandou entregar


Non je ne pourrai jamais vivre sans toi
Je ne pourrai pas, ne pars pas j'en mourrai
Un instant sans toi et je n'existe pas
Mais mon amour ne me quitte pas

Mon amour je t'attendrai toute ma vie
Reste prés de moi, reviens je t'en supplie
J'ai besoin de toi, je veux vivre pour toi
Oh mon amour ne me quitte pas


Isso é coisa de artista de caso pensado: é só ver o azul da camisa do Rafael ao violão, o vermelho da mesa e forma de espada simbolizada no guarda chuva para se chegar a essa obra de arte:



E por falar em beleza, com seu lindo rosto e voz, Françoise Hardy confessou que Jacaré são Les moulins de son coeur 

Comme une pierre que l'on jette
Dans l'eau vive d'un ruisseau
Et qui laisse derrière elle
Des milliers de ronds dans l'eau
Comme un manège de lune
Avec ses chevaux d'étoiles

Comme un anneau de Saturne
Un ballon de carnaval
Comme le chemin de ronde
Que font sans cesse les heures
Le voyage autour du monde
D'un tournesol dans sa fleur
Tu fais tourner de ton nom
Tous les moulins de mon coeur

Nessa noite, como pode ser visto na foto do bar - a do guarda chuva, um pequeno pássaro marrom acomodou-se no bolso do jacarense Sergio Rosa que o levou p'ra casa sem se aperceber.

Conta-se que ambos dormiram, acordaram e voaram para seus destinos.



Mas assim como mulher bonita, rolinha deve tomar cuidado com gavião calçudo, assim falou Pixinguinha.

Chorei, porque
Fiquei sem meu amor
O gavião malvado
Bateu asa foi com ela,
E me deixou
...
Quem tiver mulher bonita
Esconda do gavião
Ele tem unha comprida
Deixa os marido na mão
...
Gavião tomando cheiro,
Vem descendo sem demora
Pega muié pelo bico,
Bate asa e vai imbora!

E da rola, fez-se o galeto mal passado:



Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos.

De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.
...
A nossa independência ainda não foi proclamada. Frape típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.



 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Jacaré revela seu sonho de um sonho na 28 de setembro com Paul Valéry , Tarsila, Drummond e Vila Isabel


Dentre as milhares de cartas, telegramas, cabogramas e comentários na página, Jacaré selecionou essa mensagem recebida

"Amigo Jacaré, não sei se os sonhos se tornam bissextos, mas queria contar que na terça sonhei com uma lua cheia enorme, rósea ou champanhe, e estava tão baixa que tomava as duas pistas da 28. Eu ficava impressionada com o modo como ela chegava tão pertinho de todos.Um beijão.

Leila Sales."



Aqui já se falou de Freud, Jung, Lacan, Erich Fromm, Wilhelm Reich, Karen Horney, Nise da Silveira e... e todos esses personagens concluiram e mandaram dizer que a " lua cheia enorme tomando o boulevard" era o Jacaré emergindo do self, atrevessando o id e banhando a alegria com champanhe cor de rosa.

Amiga Leila, isso foi um pressentimento seu anunciando que quatro anos depois Jacaré voltará à 28. Isso é ser bissexto, assim falou Jacaré.

 

Tarsila, jacarense de camiseta, também se achegou, mexendo com as cabeças, mostrando  que talvez essa imagem tenha vindo gestaltear o Jacaré e arredores.


Cummings, alerta que talvez o sonho tenha sido mesmo sonho, ora veja:

agora uma nau                              now is a ship

     que sou capitão                             which captain am
  que vai sono afora                         sils out of sleep

      pra dentro do sonho                      steering for dream



Ao Jacaré vieram:

Valéry, que soprou : os acontecimentos me entediam

Drummond, que, num claro enigma, escreveu - o sonho de um sonho

Sonhei que estava sonhando
e que no meu sonho havia
outro sonho esculpido.
...
Sonhei que os entes cativos
dessa livre disciplina
plenamente floresciam
permutando no universo
uma dileta substância
e um desejo apaziguado
de ser um ser com milhares,
...
Obscuridade! Cansaço!
Oclusão de formas meigas!
Ó terra sobre diamantes!
Já vos libertais, sementes,
germinando à superfície
deste solo resgatado!


Martinho, Rodolfo e Tião Graúna, que na avenida, com a Vila, cantaram o Sonho de um sonho

Sonhei
Que estava sonhando um sonho sonhado
O sonho de um sonho
Magnetizado
As mentes abertas
Sem bicos calados
Juventude alerta
Os seres alados
Sonhei
Que estava sonhando um sonho sonhado
O sonho de um sonho
Magnetizado
As mentes abertas
Sem bicos calados
Juventude alerta
Os seres alados
Sonho meu
Eu sonhava que sonhava (bis)



Sonhei
Que eu era um rei que reinava como um ser comum
Era um por milhares, milhares por um
Como livres raios riscando os espaços
Transando o universo
Limpando os mormaços

Ai de mim
Ai de mim que mal sonhava

Na limpidez do espelho só vi coisas limpas
Como uma Lua redonda brilhando nas grimpas
Um sorriso sem fúria, entre o réu e o juiz
A clemência, a ternura
Por amor da clausura
A prisão sem tortura
Inocência feliz
Ai meu Deus
Falso sonho que eu sonhava
Ai de mim
Eu sonhei que não sonhava
Mas sonhei...
Sonho meu
Eu sonhava que sonhava


Simbora gestalteando gente !
Hoje é sexta e Jacaré continuará a cantar

e amanhã ?

- isso é com Vinícius de Moraes, assim : criou Deus o homem à sua imagem,à imagem de Deus o criou;homem e mulher os criou. porque hoje é sábado

domingo, 5 de maio de 2013

Jacaré, com seu fillin, ouviu Elis dizer a Cesar Portillo: são dois pra lá, dois pra cá


 Jacaré homenageia o músico cubano César Portillo de la Luz, que se foi nesse sábado.




Contigo en la distancia con Luiz Miguel

No existe un momento del día
en que pueda apartarme de ti
el mundo parece distinto
cuando no estás junto a mi

No hay bella melodía
en que no surjas tu
ni yo quiero escucharla
si no la escuchas tu.

Es que te has convertido
en parte de mi alma
ya nada me consuela
si no estás tu también.



Mas allá de tus labios
el sol y las estrellas
contigo en la distancia
amada mía, estoy.

En parte de mi alma
ya nada me consuela
si no estás tu también

Mas allá de tus labios
el sol y las estrellas
contigo en la distancia
amada mía, estoy


 Tu mi delírio con Jose Jose


si pudiera expresarte como es inmenso
en el fondo de mi corazón mi amor por ti
este amor delirante que abraza mi alma
es pasión que atormenta mi corazón

siempre tu estas conmigo en mi tristeza
estas en mi alegría y en mi sufrir
porque en ti se encierra toda mi vida
si no estoy contigo mi bien, no soy feliz

es pasión delirio estar contigo
y yo soy dichoso mi bien
porque me quieres también

porque en ti se encierra toda mi vida
si no estoy contigo mi bien, no soy feliz
es pasión delirio estar contigo
y yo soy dichoso mi bien
porque me quieres también



E Jacaré já ouviu Elis recebendo Portillo dizendo que bolero são  dois p'ra lá, dois p'ra cá.


Sentindo o frio
Em minha alma
Te convidei prá dançar
A tua voz me acalmava
São dois prá lá
Dois prá cá...
Meu coração traiçoeiro
Batia mais que o bongô
Tremia mais que as maracas
Descompassado de amor...
Minha cabeça rodando
Rodava mais que os casais
O teu perfume gardênia





E não me perguntes mais...
A tua mão no pescoço
As tuas costas macias
Por quanto tempo rondaram
As minhas noites vazias...
No dedo um falso brilhante
Brincos iguais ao colar
E a ponta de um torturante
Band-aid no calcanhar...
Eu hoje, me embriagando
De wisky com guaraná
Ouvi tua voz murmurando
São dois prá lá
Dois prá cá...

No dedo um falso brilhante
Brincos iguais ao colar
E a ponta de um torturante
Band-aid no calcanhar...
Eu hoje, me embriagando
De wisky com guaraná
Ouvi tua voz murmurando
São dois prá lá
Dois prá cá...