sábado, 31 de dezembro de 2011

As cores de hoje e de 2012 são todas como a Criola

A tríade no círculo cromático representa todas as cores, é só sacudir e misturar, assim falou Jacaré


A combinação das notas musicais e o fox-trot de Jorge Ben traz todas as cores, assim pode-se usar a tríade ou o balanço de Criola

Criola
Uma linda dama negra
A rainha do samba mais bela da festa
A dona da feira, uma fiel representante brasileira
Criola
Filha de nobres africanos
Que pelo descuido geográfico
Nasceu do Brasil, num dia de carnaval
Criola
E como já dizia o poeta Gil
Que negra é a soma de todas as cores
Você criola é colorida por natureza
Você criola é o poder negro da beleza
Criola
Uma linda dama negra
A rainha do samba mais bela da festa
A dona da feira
Uma fiel representante brasileira
Criola
Criola

De colaborações a página derradeira de 2011 vai sendo feita com:

Pardal manda um passarinho nadando na champanha - vamos nadar na maior água que passarinho não bebe



João Guerreiro manda uma foto da pintura que Anita fez de Mário de Andrade


Tânia manda um pouco de astrologia de Hector Othon:

O planeta regente do ano, assim como as regências das horas e dos dias, se deriva da Estrela Cbalísitica de sete pontas. Regente: ano lua.

Da Umbanda veio e Jacaré rende homenagem ao Caboclo Sete Flexas e que ponto lindo de ouvir e arrepiar

O Seu Cavalo Corre
Corre E Ninguém Vê!
Salve O Seu Sete Flechas
E O Seu Ogum Megê!

E Lá Vem Vindo, Lá Vem Só…
E Lá Vem Vindo Uma Força Maior!
E Lá Vem Vindo, Lá Vem Só…
Seu Sete Flechas É Uma Força Maior!
Seu Sete Flechas É De Umbanda,
É Nagô Sambuê.
Seu Sete Flechas É De Umbanda,
É Nagô Sambuê.
Quando Chega Na Umbanda,
Auê, Auê.
Quando Chega De Aruanda.
Auê, Auê.

Todas as cores, todas as raças, todas as religiões, todos os povos , assim é Jacaré que finaliza com Jesus Alegria dos Homens que levou à parceria de Bach, e suas melodias sacras, ao macumbeiro Viniciuis de Moraes.

Agora o rancho das flores, com Baden Powel, letra do Vininha, velho saravá, assim falou Toquinho

Entre as prendas com que a natureza
Alegrou este mundo onde há tanta tristeza
A beleza das flores realça em primeiro lugar
É um milagre do aroma florido
Mais lindo que todas as graças do céu
E até mesmo do mar
Olhem bem para a rosa
Não há mais formosa
É flor dos amantes
É rosa-mulher
Que em perfume e em nobreza
Vem antes do cravo
E do lírio e da Hortência
E da dália e do bom crisântemo
E até mesmo do puro e gentil malmequer
E reparem no cravo o escravo da rosa
Que é flor mais cheirosa
De enfeite sutil
E no lírio que causa o delírio da rosa



O martírio da alma da rosa
Que é a flor mais vaidosa e mais prosa
Entre as flores do nosso Brasil
Abram alas pra dália garbosa
Da cor mais vistosa
Do grande jardim da existência das flores
Tão cheias de cores gentis
E também para a Hortência inocente
A flor mais contente
No azul do seu corpo macio e feliz
Satisfeita da vida
Vem a margarida
Que é a flor preferida dos que tem paixão
E agora é a vez da papoula vermelha
A que dá tanto mel pras abelhas
E alegra este mundo tão triste
No amor que é o meu coração
E agora que temos o bom crisântemo
Seu nome cantemos em verso e em prosa
Porém que não tem a beleza da rosa
Que uma rosa não é só uma flor
Uma rosa é uma rosa, é uma rosa
É a mulher rescendendo de amor

E carnaval é Kizomba e 2012 será um imenso carnaval


Chegou a Turma do Funil para atravessar o ano


Quando é tão densa a fumaça
Que o tempo não passa
E a porta do bar já fechou
Quando ninguém mais tem dono
O garçom tá com sono
e a primeira edição circulou
Quando não há mais saudade, nem felicidade
Nem sede, nem nada, nem dor
Quando não tem mais cadeira
tomo uma besteira de pé no balcão
Eis que da porta do fundo
Do oco do mundo
Desponta o cordão

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Ah, ah!
Mas ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos
e eles que ficam tontos, morou
Eu bebo sem compromisso
É o meu dinheiro
Ninguém tem nada com isso
Enquanto houver garrafa
Enquanto houver barril
Presente está a turma do funil

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Jacaré proclama a cor de hoje é branca com Goethe, Berg, Noel e Oswald das coisas não simples



O jacaresnse Berg mostra em foto essa pintura, fotofeita por ele, a óleo na Pedra de Guaratiba


A garça resiste à poluição como a pomba da paz de Picasso resiste às ... Jacaré nem sabe o que dizer. Queria dizer guerras mas isso parece coisa do passado pois nesse século os isteites e aliados cometeram assassinatos de Estado.

Mesmo assim Jacaré acredita na vitória da Pomba que é a paz branca como branca é garça do Berg.


Viver as contradições é viver de verdade assim falou Luis Veiga Leitão o sábio das coisas simples

O sábio das coisas simples
olhou em torno e disse:
não há profundidade
sem superfície


É preciso dizer bom dia

quando o dia anoitece
ser exacto todo o dia
envelhece

Salvador Dali, que já é de casa

Essas contradições estão na mensagem da jacarense Leila Sales:

"Muito chato racionalizar demais, por isso fico com Goethe:
Cinzenta é toda teoria, e verde apenas a árvore explêndida da vida".



Daí Oswald de Andrade prontamente escreveu no Manifesto Antropófago:

"Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.
A alegria é a prova dos nove."

Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha.


Jacaré que gosta da Leila, gosta de Goethe ( como ficaria o jacarense Aldo sem o Mefistoteles ?) e gosta Oswald de Andrade

então, Jacaré nesse impasse convida a todos a comermos Sardinhas portuguesas... e na CADEG e na Concertina, mui frequentada pela jacarense Lurdinha


depois das sardinhas portuguesas na brasa, Jacaré, já então com a trupe toda, antes de diveregentes, parou no Poleiro do Galo, mui frequentado pelos jacarenses Sheila e Rique:


seguiu então a trupe para o Gato de Botas, já em Vila Isabel onde encontrou Sônia e Pardal - jacarenses


haja cerveja! e seguindo para o Bar do Costa chegaram à tertúlia os jacarenses Tuninho e Sergio Rosa com Noel a clamar



mande o Hino do Carnaval Brasileiro, porque quero tomar uma com Lamartine

Lamartine, agradecido cantou, de Noel, o Pierrot apaixonado com Picasso no samba

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Champanha, a cor, a flor e a loura de Dick Farney em Paris



Antes de bebericar uma champagne vamos ao calendário do Jacaré :

Homenagem a São Sebastião: 21 de janeiro - sábado

Pré-carnavalesco : 4 de fevereiro - sábado

Bailes à fantasia infantil e adulto: 17 de fevereiro - sexta-feira

A cor de hoje é champanhe

Passagem de ano é o que acontecerá com Jacaré que também não gosta de haloween pois gosta de abóbora, na qual às vezes se transforma por dever de ofício, e não adimite vê-las ridiculamente recortadas na cabeça de americano.

De abóbora faz melão
De melão faz melancia
Faz doce,Shinhá, faz doce, Sinhá
Faz doce, Sinhá Maria(bis)
Quem quiser aprender a dançar
Vai na casa do Juquinha
Ele pula, ele roda,
Ele faz requebradinha



No fim de ano só se fala em reveillon, Se fosse reveillon, casa de tolerância, agora chamada de casa de massagem seria chamada de rendez vous e não é mais como motorista não é mais chauffer. E por falar da França, Jacaré convida a todos para assitirem C´etait un Rendez-vous filmado por Claude Lelouch num gostoso passeio em Paris



Jacaré só aceitará chamar a festa de ano novo de reveillon se o registro de marcas da França liberar a palavra champanhe, hoje trocada por espumante, sem charme nem poesia.


Como mudar a rima e métrica da loura do Dick Farney do nasal para a linguodental espumante?

Todos nós temos na vida
Um caso, uma loira,
Voce, voce tambem tem

Uma Loira é um frasco de perfume

Que evapora
É o aroma
De uma pétala de flor
Espuma fervilhante de champanhe
Numa taça muito branca de cristal
É um sonho, um poema...



Adolfo Estrada

enquanto isso em Cabo Verde Jacaré recita, com Cesário Verde, a Sardenta

Tu nesse corpo completo,
Ó láctea virgem dourada,
Tens o linfático aspecto
Duma camélia melada.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Laranja, a cor do Jacaré de 28 de dezembro com Boal, Natália e Caieiro


Laranja: assim como o vermelho, a cor laranja é expansiva e afirmativa; contudo é mais construtiva. O laranja reflete entusiasmo com vivacidade impulsiva e natural. Essa cor traz as “bênçãos da vida “: boa saúde, vitalidade, criatividade e alegria, assim como confiança, coragem, animação, espontaneidade e atitude positiva frente à vida. Comunicação, movimento e iniciativa geralmente são elementos dessa cor.


Nicole Etienne, Orange

E dando os trâmites impulsivos, jacaré viajou até Lisboa e trouxe Uma laranja para Alberto Caieiro ofertada por Natália Correia na página em sua homenagem

Venho simplesmente dizer
Que uma laranja é uma laranja
E comove saber que não é ave

se o fosse não seriam ambas
uma só coisa volátil e doce
de que a ave é o impulso de partir
e a laranja o instinto de ficar.

Não sei de nada mais eterno
do que haver sempre uma só coisa
e ela ser muitas e diferentes
e cada coisa ternamente ocupar
só o espaço que pode rodeada
pelo espaço que apode rodear.

Sei que depois de laranja
a laranja poderá ser até
mesmo laranja se necessária
mas cada vez que o for
sê-lo-á rigorosamente
como se de laranja fosse
a exacta fome inadiável.

De ser laranja gomo a gomo
o íntimo pomo se enternece
e não cabe em si de amor
embriagada de saber
que a sua morte nos será doce.


Tem laranja na poesia, na culinária, na ampola de vitamina C, na árvore e na linda voz de Jovelina Pérola Negra

Fui no pagode
Acabou a comida
Acabou a bebida
Acabou a canja
Sobrou pra mim
O bagaço da laranja
Sobrou pra mim
O bagaço da laranja





em sua caminhada rumo a 2012, Jacaré sentou à beira da estrada e topou com uma laranja madura, chupou-a e não se deu bem pois não levou Ataulfo Alves a sério

ou não leu Augusto Boal, amigo do Candonga pai, no Milagre no Brasil pois lá o grande mestre do Teatro do Oprimido nos conta que na cadeia, durante a ditadura militar, fazia-se aguardente pondo laranjas num pote com tampa até que se fermentassem.

Eh, Jacaré deixou de tomar uma pinga de laranja por ignorância

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A cor de hoje, diz Jacaré, é rosa chiclete de Olinda à Eslovênia

Mais um pedido de nossos caros ouvintes, jacarense Berg, é atendido: a cor é rosa chiclete


Adquirido na forma de beijo na Bodega do Véio da Olinda, frequentada pela jacarense Sônia Souza, com a paz dos mistérios da Índia a pedido do ouvinte que se diz um Olindense apaixonado pelas troças, por Bajado e pela Bodega do Véio.
Olinda
Tens a paz dos Mosteiros da Índia
Tu és linda
Pra mim és ainda
Minha mulher
Calada
O silêncio rompe a madrugada
Já não somos aflitos nem nada
Minha mulher
Tu voltas
Entre frutas, verão e tu voltas
Abriremos janelas e portas
Minha mulher

Bodega ao lado da casa de Bajado, um artista de Olinda, sempre na janela, ao observar sua obra,


por onde passa o Homem da Meia Noite, irmão do nosso Noel do Jacaré, esse obra de Jorge Crespo que vem a ser pai da Carmelita, ou por outra: a duquesa de Langeais de Balzac


Lá vem o homem da meia noite
Vem pelas ruas a passear
A fantasia é verde e branca
Para brincar o carnaval.


e bota uma meiota de Pitu com queijo de coalho acompanhados de um cerveja geladinha que seja pois, como diz Alceu Valença, eu chego já

Xilogravura do acervo de Leila Sales - jacarense

Eu já chamei você
Você não quis brincar
Pode bater o pé
Pode ficar
O Elefante já vem
Descendo o Amparo, meu bem
E aquela Cobra que sobe
A ladeira com gosto de gás
O Elefante já vem
E Eu Acho é Pouco, meu bem
Segura a Coisa com muito cuidado
Que eu chego já
Segura a Coisa
Que o Chapéu de Bode
Passou desgarrado
Atrás do feitiço
Cheirando a pecado
É com essa menina bonita
Que eu vou
O Elefante já vem
Eu Acho é Pouco, meu bem
Segura a Coisa com muito cuidado
Que eu chego já
Segura a Coisa com muito cuidado
Pra não se queimar


e vem aí o Bloco da Saudade num tributo a Bajado caminhando até Recife



Bajado eu vim te pedir
Me pinta a paisagem de Olinda

Igrejas, mocambos, farol
Eterna menina, queimada de sol.

O povo cantando nas ruas
Historias e mil tradições
Olinda é o passado presente,
É o futuro da gente
É um despertar de emoções
Bajado, de Olinda tu és o pintor
Pinta-me um quadro de Olinda
Prende a emoção na cor.


o corso seguiu até a Eslovênia a convite do amigo Arthur do Baú Digital para ouvir o Vocal Perpetuum Jazzile, numa bela interpretação e dicção perfeita em português


domingo, 25 de dezembro de 2011

A cor de hoje é beje com Rimbaud, Vinicius e Ferreira Goulart

Jacaré recebe poesia de Ferreira Goulart musicada pelo jacarense Luciano Macedo



Você é seu corpo, sua voz, seu osso
Você é seu cheiro e o cheiro do outro
O prazer do beijo, você é seu gozo
O que vai morrer, quando o corpo morra.

Mas é também
Aquela alegria
Verso, melodia
Que intangível adeja acima
Do que a morte beija

mas a música está guardada numa caixa que de tanto não abrir já deu teia e de lá saiu uma aranha que não se penteia


Sergio Rosa, dos poetas malditos sacou essa : "Para estar com Baudelaire, vai uma boemia do maldito Rimbaud."

Minha Boêmia - Fantasia

Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!

O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.


Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;

Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!

A jacarense Leila Sales de Vinicius veio, lembrando que são demais os perigos dessa vida:

Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranqüilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga

Jules Lefebvre - Maria Madalena - 1876

Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...

e lá vou eu, como é duro trabalhar , melhor é a Belle de Jour na Boa Viagem

Jacaré volta e alerta que esqueceram a letra...

"Antes de tudo, uma abertura com Pablo Neruda copiada da Fundação Maurício Grabois:"

O pão e o vinho para todos

(...) por isso creio
Cada noite no dia
E quando tenho sede creio na água.
Porque creio no homem
Creio que vamos subindo
O último degrau
Daí veremos
A verdade repartida
A simplicidade implantada na terra,
O pão e o vinho para todos.

do Vai Morar com o Diabo na reportagem de ontem e cor de hoje é nenhuma

Ai, meu Deus!
Ai, meu Deus!
O que é que há?
Ai, meu Deus!
Ai, meu Deus!
O que é que há?


A nega lá em casa
Não quer trabalhar
Se a panela tá suja
Ela não quer lavar
Quer comer engordurado
Não quer cozinhar
Se a roupa tá lavada
Não quer engomar
E se o lixo tá no canto
Não quer apanhar
E prá varrer o barracão
Eu tenho que pagar
Se ela deita de um lado
Não quer se virar
A esteira que ela dorme
Não quer enrolar
Quer agora um cadilac
Para passear...

Ela quer me ver bem mal
Vá morar com o diabo
Que é imortal
Ela quer me ver bem mal
Vá morar com o sete pele
Que é imortal...


sendo Jacaré do ramo, a ordem é quero essa mulher assim mesmo

eu quero essa mulher assim mesmo
eu quero, quero essa mulher assim mesmo
malfalada embriagada
esfarrapada despenteada
abilolada assanhada
embriagada esfomeada

mas Noel, dono do pedaço, não pensa assim e vem de tijolo na testa


Mas que mulher indigesta!(Indigesta!)
Merece um tijolo na testa
Essa mulher não namora
Também não deixa mais ninguém namorar
É um bom center-half pra marcar
Pois não deixa a linha chutar
E quando se manifesta
O que merece é entrar no açoite

Ela é mais indigesta do que prato
De salada de pepino à meia-noite
Essa mulher é ladina
Toma dinheiro, é até chantagista
Arrancou-me três dentes de platina
E foi logo vender no dentista


"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.

Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.


E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'." Charles Baudelaire

sábado, 24 de dezembro de 2011

A cor de hoje é Eller, me recordo como Abapouru


Jacaré saiu ontem pela madrugada e não voltou mas deixou um bilhete dizendo que a cor de hoje é Eller. Então vamos improvisar esperando o breve regresso do Jacaré que deve estar na esbórnia


e cada macaco no seu galho



Riachão
Cada macaco no seu galho
Xô xuá
Eu não me canso de falar
Xô xuá
O meu galho é na Bahia
Xô xuá
O seu é em outro lugar
Xô xuá

na roda a cumadre Sebastiana


Convidei a comadre Sebastiana
Pra cantar e xaxar na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava: a, e, i, o, u, y

Jackson do Pandeiro


Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei, não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
E Sebastiana não deu mais fracasso
Mas gritava: a, e, i, o, u, y

Eu me lembro e Fellini e Nino Rota e flanemos nessa

Ah como me recordo!


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Amarelo laico com Djanira na Praia do Jacaré participativo


A cor hoje, sexta, é amarela, leve e bela

Jacaré recebeu um puxão de orelha do jacarense Ivan Mobílio que enviou uma gravação de música de Natal em ritimo de chachado, baião, samba...

cumprindo seu dever de editoria do Bloco lá vai a gravação do Natal ornamentada por Michelângelo

e mais essa do Messiê Blecaute, o general da banda

Natal, Natal das crianças
Natal da noite de luz
Natal da estrela-guia
Natal do Menino Jesus

Blim, blão, blim, blão,
blim, blão...
Bate o sino da matriz
Papai, mamãe rezando
Para o mundo ser feliz
Blim, blão, blim, blão,
blim, blão...
O Papai Noel chegou
Também trazendo presente
Para a vovó e o vovô



e Jacaré ligou para Silas de Oliveira para fazer a andança na aquarela brasileira

Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu pra este carnaval
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais
No Pará a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó.
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará,terra de Irapuã
De Iracema e Tupa.
Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia
Bahia de Castro Alves,do acarajé
Das noites de magia do cadomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco...

Silas então chamou num canto, Djanira com três orixás na pluralidade do Jacaré e Vinícius com Toquinho pedem amor e proteção

Djanira - Três Orixás

Atotô, abaluaiê
Atotô, babá
Atotô, abaluaiê
Atotô, babá

Vem das águas de Oxalá
Essa mágoa que me dá
Ela parecia o dia
A romper da escuridão
Linda no seu manto
Todo branco
Em meio à procissão
E eu
Que ela nem via
Ao Deus pedia amor
E proteção

Não procurando a completeza dos ritos por impossível Jacaré foi para Aldeia Indígena em Rondônia na festa do Jacaré


Auá, sarumbêrumbá

Piscutinga ararumbê

Piscutinga, tingá

Dondom jacotingôlê

Piscutinga ararumbé

Piscutinga, tingá


E assim falou Oswald de Andrade

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.