terça-feira, 30 de agosto de 2011

A vida é p'ra valer, a vida é p'ra levar para a festa


A vida é p'ra valer com alegria e humor que seja bastante como Chico escreveu p'ra Vinicius e Toquinho em Ci cantou

Poeta
Meu poeta camarada
Poeta da pesada
Do pagode e do perdão
Perdoa essa canção improvisada
Em tua inspiração
De todo o coração
Da moça e do violão
Do fundo

Poeta
Poetinha vagabundo
Quem dera todo mundo
Fosse assim feito você
Que a vida não gosta de esperar
A vida é pra valer
A vida é pra levar
Vininha, velho, saravá



Neruda,velho, saravá

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

A alegria de viver é que permitiu Vinícius mandar 1973 para a puta que pariu

Que ano mais sem critério
esse de 73
 Levou para o cemitério
três Pablos de uma só vez


Três Pablões, não três pablinhos
No tempo como no espaço
Pablos de muitos caminhos:
Neruda, Casals, Picasso.


Três Pablos que se empenharam
contra o fascismo espanhol
Três Pablos que muito amaram
Três Pablos cheios de Sol.


Um trio de imensos Pablos
em gênio e demonstração
Feita de engenho, trabalho
Pincel, arco e escrita à mão.


Três publicíssimos Pablos: Picasso, Casals, Neruda
Três Pablos de muita agenda
Três Pablos de muita ajuda.
Três líderes cuja morte
o mundo inteiro sentiu

Oh, ano triste e sem sorte
Vá pra puta que o pariu!

e em toda essa arte e sentimento Pablo Casals encarna Orfeu e flana com Bach


o sentimento em pincéis ...



toda essa história e arte estarão na festa da primavera do Jacaré

sábado, 27 de agosto de 2011

Jacaré envaidecido canta Emoriô, recita Invictus e participa do Samba do Jorge na esquina hoje

Nos preparativos para a festa da Primavera de 17 de setembro, Jacaré recebeu esse comentário e compartilha, ao som de Emoriô:



"Acalmando os mares e os ânimos, Emoriô para Adamastor, Luz del Fuego, Thetis e Nosotros. Mas só faz efeito se ouvir com Donato!

Emoriô

ê-emoriô
ê-emoriô
emoripaô

emoriô deve ser
uma palavra nagô
uma palavra de amor
um paladar
emoriô deve ser
alguma coisa de lá
o Sol, a Lua, o céu
de Oxalá

Oi Jacaré tava com saudades!
Leila."


Jacaré leu poesia épica da alma enviada ao ar pela amiga paulista Fernanda Frias:



Invictus

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi'alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

William Ernest Henley

Ao chegar o lá pelas quatro da tarde, no Bar do Costa, o bom será ouvir ao vivo o samba de Jorge Secretário, Tunico e Jonas para a disputa na Vila



"A LUA CLAREIA O SAGRADO EMBONDEIRO
A FAUNA E A TERRA DO SOBA ALTANEIRO
PALANCA NEGRA É O SÍMBOLO REAL
DE UMA NAÇÃO QUE LUTA POR SEUS IDEAIS
RAINHA N'GINGA DEFENDEU COM VALENTIA
O SEU SOLO DE MISTÉRIOS E RIQUEZAS MINERAIS
SUA FAMA ATRAVESSOU SÉCULOS E MARES
INSPIRANDO TODA A LUTA POR PALMARES
ENGANADOS, FORAM ESCRAVIZADOS
OS BANTOS CHEGARAM PRA SANGRAR E TRABALHAR
OS DIREITOS VIOLADOS, FORAM REBATIZADOS
O LEGADO DA RAINHA VEIO PRA FICAR
COM ORGULHO FOI CRIADO
O BRASIL MISCIGENADO
E O AÇOITE NÃO CALOU O SEU CANTAR

AÊ, AÊ, A MINHA ANGOLA
AÊ, AÊ, MEU ANGOLÁ
MEU CANTO É LIVRE E TEM FÉ
N'GANA ZAMBI É QUEM TRAZ
LIBERDADE E PAZ

E ASSIM FICARAM NA MEMÓRIA
AS FESTAS DO DIVINO
SÃO PEDRO, SANTO ANTONIO E SÃO JOÃO
NA CASA DA TIA CIATA
ERA DANÇA, CANDOMBLÉ, BATUQUE E LUNDÚ
ODÉ AO POETA IMORTALIZADO
NO SAMBA DA VILA ISABEL
E O SEMBA DOS ANCESTRAIS
FAZ PARTE DESSA HISTÓRIA DE INDEPENDÊNCIA E GLÓRIA
ANGOLEIRO É KAMBÁ, É IRMÃO
E O MARTINHO É O TRAÇO DE UNIÃO

UM TAMBOR ECOOU EM ALÉM-MAR
E CONTAGIOU MINHA ESCOLA DE SAMBA
A GRAÇA DIVINA QUE VEM DE LUANDA
ILUMINA NOSSAS PRECES À KIANDA"


Outros jacarenses como Rafael Zimmermann e Leonel também apresentarão samba e serão ouvidos nesse Jacaré-espaço vitual-real


e por aqui vamos ficando com um lindo poema angolano

Pedra Filosofal

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Para o dia 17 de setembro: navegação em alto mar com música, cinema e poesia

Uma viagem longa como Adamastor fará para vir das Tormentas à Vila Isabel exige planejamento e conhecimento - da vida e dos mares. Assim fez-se uma reunião de apoio ao sucesso da travessia.

De Moby Dick vieram Ismael e o capitão do Pequod, Achad, esse pelos conhecimentos de navegação e aquele por ter sido o único sobrevivente do naufrágio e, se assim não fosse, aquela história estaria perdida no fundo do mar.


Robinson Crusoé juntou-se também ao grupo pela experiência de mar, de vida de náufrago, de ter sido único sobrevivente de um naufrágio mesmo tendo contra ele a escravização do índio Sexta Feira, que bem podeira tê-lo comido.



Capitão Gancho veio da Disney dar um ar da maldade americana.


Alan Dellon também ajudou principalmente ensinado Adamastor a cantar Letícia

Laetitia je ne savais pas
Que tu étais tout pour moi
Un oiseau chantait tout près de moi
Mais je ne l'entendais pas
Et tu vivais innocente, éphémère
Tu habillais nos printemps de chimère



Laetitia je ne savais pas
Que la vie n'est rien sans toi
L'oiseau fragile un jour s'est abattu
La mort ne l'a pas rendu
Et tu reposes dans le bleu de la mer
Toi qui colorais de bleu nos chimères

Un oiseau chantait près de moi
Jamais il ne reviendra
Laetitia, non je ne savais pas
J'étais amoureux de toi !

Largo, de Bach, Les Swingers Singer cantaram durante o mergulho de Letícia

e nada de choro avisou Zeca Pagodinho com Baden e Vinícius

Pra que chorar
Se o sol já vai raiar
Se o dia vai amanhecer
Pra que sofrer
Se a lua vai nascer
É só o sol se pôr
Pra que chorar
Se existe amor
A questão é só de dar
A questão é só de dor

Quem não chorou
Quem não se lastimou
Não pode nunca mais dizer
Pra que chorar
Pra que sofrer
Se há sempre um novo amor
Em cada novo amanhecer

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Uma esquadra zarpará da África para Vila Isabel

A esquadra musical, que zarpará da África para Vila Isabel, com chegada prevista para 17 de setembro, teve a adesão da Galera do Pirata da Perna de Pau do Braguinha



Eu sou o pirata da perna de pau
Do olho de vidro da cara de mau

Minha galera
Dos verdes mares não teme o tufão
Minha galera
Só tem garotas na guarnição
Por isso se outro pirata
Tenta a abordagem eu pego o facão
E grito do alto da popa:
Opa! homem não!

Da Bahia sairão de barca, os Novos Baianos com Portinari à cotée


Laiá Larará Lararará Larará
Preta, Preta, Pretinha!
Preta, Preta, Pretinha!
Preta, Preta, pretinha!
Preta, Preta, Pretinha!

Enquanto eu corria
Assim eu ía
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca...

Por minha cabeça não passava
Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só! Só! Somente Só!
Abre a porta e a janela
E vem ver o sol nascer...

Eu sou um pássaro
Que vivo avoando
Vivo avoando
Sem nunca mais parar
Ai Ai! Ai Ai! Saudade
Não venha me matar...


Fellini cuidou de colocar o rinoceronte, que já visitou o Jacaré, de Dali, no bote e a remo chegará no navio para entrar na esquadra rumo à Vila Isabel cantarolando Amacord


De Niterói, Jacaré teve notícias que a Cantareira se somará à esquadra


Só vendo como é que dói
Só vendo mesmo como é que dói
Trabalhar em Madureira e viajar na Cantareira
E morar em Niterói

Ei Cantareira
Ei Cantareira
Ei Cantareira
Vou aprender a nadar
Ei Cantareira
Ei Cantareira
Ei Cantareira
Um, dois, três, eu não quero me afogar

De tanto viajar já to ficando bambo
Já to com o corpo mole de canseira
Por isso agora resolvi cantar o mambo
Vamos cantar o mambo Cantareira





sábado, 20 de agosto de 2011

Adamastor virá à festa da Primavera, de Adamastor

Adamastor fez contato com o Jacaré para se informar de como navegar das Tormentas à Vila Isabel através da orientação pela estrela Dalva pois, ao invés da Galera a remo, que já sabe o caminho de casa e que ele mesmo faz o remo acariaciar o mar, dessa vez Adamastor virá no navio Adamastor, decorrência de uma Acordo de Cooperação com Luiz de Camões e Vasco da Gama, este contra o Batalhão Naval.



Quando Adamastor vem na sua Galera a remos, Cecilia vem lhe soprando aos ouvidos:

Na canção que vai ficando
já não vai ficando nada:
é menos do que o perfume
de uma rosa desfolhada.

Os remos batem nas águas:
tem de ferir, para andar.
As águas vão consentindo
esse é o destino do mar.

Passarinho ambicioso
fez nas nuvens o seu ninho.
Quando as nuvens forem chuva,
pobre de ti, passarinho.

O vento do mês de agosto
leva as folhas pelo chão;
só não toca no teu rosto
que está no meu coração.

Os ramos passam de leve
na face da noite azul.
É assim que os ninhos aprendem
que a vida tem norte e sul.

A cantiga que eu cantava,
por ser cantada morreu.
Nunca hei de dizer o nome
Daquilo que há de ser meu.

Ao lado da minha casa
morre o sol e nasce o vento.
O vento me traz o seu nome,
leva o sol meu pensamento.

E, como todos sabem, Adamastor, o navio, não pode navegar por satélite posto que em 1900 não havia equipamento para esse tipo de navegação. Uns afoitos dirão:

- Faça navegação combinando radar e estimada.

Mas radar também não tem, isso só veio a ser usado na segunda guerra.


Bem, Jacaré a ensinar navegação astrono-mitológica diz que se Adamastor se deparar com Netuno, é bom fazer uma guinada de mais de noventa graus a bombordo pois Vila Isabel fica no hemisfério Sul, Netuno guarda a linha do Equador e dali p'ra frente, se passar, é Norte. Por via de dúvidas, esse é Netuno - fuja dele, Adamastor. E se ficares tentado com as sereias, lance mão dos conhecimentos do Ulisses e se amarre no mastro senão serás comido.



Lançando mão da carta náutica enviada ao Jacaré por Pedro Álvares Cabral: deve-se navegar no rumo leste, de lá p'ra cá, ou seja quando o sol nascer, siga naquela direção. No crepúsculo vespertino, o sol precisa estar morrendo pela popa do Adamastor, navio, e a Estrela Dalva na proa. Então, Adamastor, o navegador, aponte a proa para Dalva, pois chegarás em Vila Isabel em breve e serás recebido com uma deliciosa macarronada.



Como anunciou Lamartine Babo, na viagem haverá tormentas pois o Batalhão Naval atacará Vasco da Gama ligado a Adamastor pelo Convênio com Camões

O teu cabelo não nega, mulata,
Porque és mulata na cor,
Mas como a cor não pega, mulata,
Mulata eu quero o teu amor.

Tens um sabor bem do Brasil;
Tens a alma cor de anil;
Mulata, mulatinha, meu amor,
Fui nomeado teu tenente interventor.

Quem te inventou, meu pancadão
Teve uma consagração.
A lua te invejando faz careta,
Porque, mulata tu não és deste planeta.

Quando, meu bem, vieste à Terra,
Portugal declarou guerra.
A concorrência então foi colossal:
Vasco da Gama contra o batalhão naval.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A estrela Dalva é o caminho mais seguro para o Jacaré

A estrela Dalva é assim, linda e falante, quando no escuro, perto da lua, passa mensagens boas para a terra



pois quem não pode viver perto da lua é o sol, assim falou Nelson Cavaquinho

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca flor
Eu só errei quando juntei minh´alma à sua
O sol não pode viver perto lua

É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A minha dor e os meus olhos rasos d´água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em teu amor

A estrela Dalva, no crepúsculo, é a primeira a aparecer para o navegante num lugarzinho que só ele vê porque sabe que ela está lá para ajudá-lo. Então com seu sextante o navegador traz a estrela Dalva até a superfície da água do mar para um refrescante banho antes do caminho seguro



É a navegação mais segura que tem, é como seguir u'a mãe timoneiro, né amigo?

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar

....

Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar

Essa mesma estrela, quando quer, se transforma em Vênus, Deusa do Amor ou Planeta e assim transforma o que é para ser transformado até em escultura



Por que tudo isso?

- Porque Jacaré está conversando com a estrela Dalva para, com ela, seguir o caminho seguro para a festa da Primavera de 17 de setembro

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Jacaré marcha com as margaridas


jacaré, atento a preservação do ambiente, soma-se à Marcha das Margaridas das trabalhadoras rurais em Brasília - terra produtiva com economia familiar é uma forma de preservar o ambiente

além do mais, como vazou a realização da festa da Primavera do Jacaré em 17 de setembro, faz-se necessária uma conversa pois com mais setenta mil convidadas talvez nossa esquina precise ser alargada.



as margaridas são ouvidas assim também na voz das árvores de Manuel Bandeira:

Acordo à noite assustado.
Ouço lá fora um lamento…
Quem geme tão tarde? O vento?
Não. É um canto prolongado,
- Híno imenso a envolver toda a montanha;
São em música estranha
Jamais ouvida,
As árvores ao luar que nasce e as beija,
Em surdina cantando,
Como um bando
De vozes numa igreja:
Margarida! Margarida!



e as crianças cantam a margarida assim

Onde está a Margarida?
Olê, olê, olá!
Onde está a Margarida?
Olê, seus cavaleiros!
Ela está no seu castelo,
Olê, olê, olá!
Ela está no seu castelo,
Olê, seus cavaleiros!



Apareceu a Margarida,
Olê, olê, olá!
Apareceu a Margarida,
Olê, seus cavaleiros!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

João Guerreiro, mais um poeta da Vila

Jacaré não costuma publicar a vida particular dos jacarenses, visitantes e citados mas essa poesia do João Guerreiro para o Sergio Rosa merece ganhar o mundo assim como cantou Gonzaguinha : seu menino desceu o São Carlos pegou o mundo e saiu.

Vincenzo Cabianca, sec XIV


Menestrel de Vila Isabel
Solitário ser de tantos amigos,
não esqueça que estamos,
como sempre, juntos.
Como vários de nós,
habitas a esquina
destilando fantasmas,
vivendo a complexidade
de nossos vários papéis
neste único ser fragmentado
e indivisível.
Já personagem deste Jacaré,
o papel alegórico que assumistes
é, também, a própria alegoria
da cultura: diversa, popular,
erudita, intrigante e instigante,
dicotômico e multifacetado.
Contradição? Sempre!
Mas, sem perder a ternura.
Salve, salve, Sergio,
o Rosa.
Feliz dia!


Di Cavalcante, 1928


e Dudu Nobre com MV Bil chegam ao Jacaré com o Singelo Menestrel

Lalalaia lalalaia lalalalalalalalalalala
Grande festa no barraco do nêgo joão
Pandeiro, cavaco, viola
Sob a luz do lampião (grande festa.......do lampião)
De alegria dona maria chorava
Para o bebê que nascia
Aquela gente cantava
Mesmo a pouco leite, a pouco pão
Aquele bebê foi crescendo
Vencendo as barreiras desse mundo cão
Fascinado por pandeiro, cavaquinho e violão
Com suaves sinfonias no piano do patrão
Aquele neguinho que andava
Descalço na rua e ao leo
Assobiando beethoven, chopin
Porém preferindo noel
Foi assim se trasformando
Num singelo menestrel
No barraco na favela
Pra esquecer o desamor
Escrevendo à luz de vela
Mais uma canção de amor
La la la ia

de saída, Jacaré pegou um bonde e passou no Boulevard

domingo, 14 de agosto de 2011

Vila Isabel, talvez quase igual mas a mais bela

... manhã de domingo é na Vila, assim falou Jacaré. com maritacas fazendo dançar o galho do arvoredo onde subirá a onça que virá na festa da Primavera



e o rinoceronte acima, o que tem a ver?

- Tem a ver com tudo pois Jacaré não discrimina o reino animal real e o das telas, como essa de Dali, muito presente nesse ambiente quase virtual

e daí que o Bloco Larga a Onça, Alfredo trará sua onça em 17 de setembro para receber a Primavera em seu equinócio



e se a onça virá no equinócio, esse possivelmente trará ser equinos pelas mãos de Picasso, ao som da cavalaria rusticana



Jacaré, poético e modernista, encerra esse clichê com Manuel Bandeira no Rondó dos Cavalinhos

Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Tua beleza, Esmeralda,
Acabou me enlouquecendo.

Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O sol tão claro lá fora
E em minhalma — anoitecendo!

Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
Alfonso Reys partindo,
E tanta gente ficando...

Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
A Itália falando grosso,
A Europa se avacalhando...

Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá fora,
O sol tão claro, Esmeralda,
E em minhalma — anoitecendo!



e como tudo acaba em samba, Jacaré foi com Paulinho da Viola fazer uma fé nos cavalos

Dei pinote adoidado
Pedindo emprestado e ninguém emprestou
Fui no seu Malaquias
Querendo fiado mas ele negou
Meu ordenado apertado, coitado, engraçado
Desapareceu
Fui apelar pro cavalo, joguei na cabeça
Mas ele não deu

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Na Praça Tiradentes começa a decoração da festa



Essa foto tirada pelo jacarense Pardal dá o tom do colorido para festa da Primavera do Jacaré e sobre a qual temos boas alvíssaras: já foi dado andamento ao papel para liberação da rua e Jacaré conta que ele não encontre tesoura e traga a pedra enrolada na mão



e se somos o papel a voar, antes de passar lá na Tiradentes para ver o Vale tudo musical no Carlos Gomes, Jacaré da uma ouvidinha no Tim Maia

Olha só o que o vento faz com o papel
E traga ele a notícia que for
Vai voar... voar...
É assim quando se gosta de alguém
Não se consegue mais impedir
Que o amor
Faça o mesmo com o coração
Traga ele que razões trouxer
Nem o tempo sabe mais dizer
Quando é ontem, hoje ou amanhã.
Olha, só, como a gente nem sabe
Onde está
Nós somos o papel a voar
Contemplando este mundo
Tristonho, profundo
Olha bem, porque quando se tem
Tanto amor
A gente pode ter muito mais.
Voa... voa... voa...voa...



saindo do Carlos Gomes,lá foi Jacaré ao João Caetano para cutir a Broadway no “BABY O MUSICAL”, tomando um goró com Di Cavalcanti no aniversário do Imperador em mil oitocentos e tal

e a noite do Jacaré e Di continua na Estudantina Musical



sem grana p'ra voltar p'ra casa Jacaré, depois de traçar um DuDu duplo num pé sujo, dormiu num banco da praça cantarolando Noel com a alegria dos bêbados


O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal

Meu cortinado é um vasto céu de anil
E o meu despertador é o guarda civil
(Que o dinheiro ainda não viu!)



domingo, 7 de agosto de 2011

Em 2010 Jacaré falou, a festa vira sonho com amigo Flávio em 2011

Esse domingo começou com a mensagem de João Guerreiro de que Flávio Loureiro saiu. Jacaré chorou e se lembrou desse sonho :



"domingo, 19 de setembro de 2010:

Por que, a fala conjugada no passado passou o presente?

- Porque a festa começou e dela não se sairá, pois ela entrou na nossa memória e poderá virar sonho. Um brinde ao Flávio Loureiro"





Flávio, amigo das causas boas, dos carinhos ... sabe-se lá do quê mas e bom, junta lá e nos espere

Jacaré reverencia com um gurufim interno de todos nós

E com sambistas do tope de João Nogueira leva o gurufim


Linguagem do Morro Padeirinho e Ferreira dos Santos



Tudo lá no morro é diferente
Daquela gente não se pode duvidar
Começando pelo samba quente
Que até um inocente sabe o que é sambar
O outro fato muito importante
E também interessante
É a linguagem de lá
Baile lá no morro é fandango
Nome de carro é carango
Discussão é bafafá
Briga de uns e outros
Dizem que é burburim
Velório no morro é gurufim

Erro lá no morro chamam de vacilação
Grupo do cachorro em dinheiro é um cão
Papagaio é rádio
Grinfa é mulher
Nome de otário é Zé Mané

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Jacaré e Guimarães - viver é perigoso

Viver é perigoso nas Veredas e no Velho Oeste: "Tem o final mas o final
é meio impróprio e eu não digo, volte na próxima semana se quiser ser meu amigo. Eu de cowboy fico gaiato mas não fujo do perigo. Assim falou Kid Morengueira



Jacaré lê Grandes Sertões Veredas ao som de Egberto Gismonti

Faz um intervalo e se vê dentro dele mesmo com Luis de Camões e Gregório Matos

Inimigo de mim

Mote

De que me serve fugir
De morte, dor e perigo,
Se me eu levo comigo?

Tenho-me persuadido,
Por razão conveniente,
Que não posso ser contente,
Pois que pude ser nascido.
Anda sempre tão unido
O meu tormento comigo,
Que eu mesmo sou meu perigo.




Queixa de Poeta (para ouvir bebendo um vinho do porto)

Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.

O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ornadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.

Não é fácil viver entre os insanos,
Erra, quem presumir, que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.

O prudente varão há de ser mudo,
Que é melhor neste mundo o mar de enganos
Ser louco cos demais, que ser sisudo.



Jacaré sai da biblioteca e, ainda meio balouçante, sai a procurar os jacarenses para assuntar da organização mas nada encontra...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Thetis desafia Adamastor e virá à festa da Primavera

Jacaré foi surpreendido com a correspondência abaixo:

"Sou Tetis, nereida desde há muito, e perdi a paciência com Adamastor se fazendo de vítima só porque meio pai o transformou em pedra depois dele tentar me beijar à força.

Não o aceitei por sua feiura e sim por meu saber que ele viria a se envolver com Luz del Fuego e no Brasil, terra onde nunca estive.

Refeita a verdade, espero um dia ser convidada pelo Jacaré para uma de suas festas profanas.

Tetis, a Nereida"


Para mostrar sua disposição em participar da festa, Thetis já foi vista no Jardim Botânico


e no Chorinho da Praça São Salvador

Bocage parece não ver Adamastor com bons olhos mas deixa com Vasco da Gama, o vice, a culpa pelas malvadezas

Adamastor cruel! De teus furores
Quantas vezes me lembro horrorizado!
Ó monstro! Quantas vezes tens tragado
Do soberbo Oriente os domadores!

Parece-me que entregue a vis traidores
Estou vendo Sepúlveda afamado,
Co'a esposa e co'os filhinhos abraçado,
Qual Mavorte com Vénus e os Amores.

Parece-me que vejo o triste esposo,
Perdida a tenra prole e a bela dama,
Às garras dos leões correr furioso.

Bem te vingaste em nós do afoito Gama!
Pelos nossos desastres és famoso.
Maldito Adamastor! Maldita fama!

Fora dessa celeuma, Noel que viu Adamastor como navio continua na escolha do tecido florido para vestir na festa.

Opção 2:


Quem sabe uma mandala como a de Adelina, do Museu do Incosnciente, possa ser a roupa de Noel na Priamvera:


“Estava prisioneiro/ dos vossos dias e das vossas noites,/ e busquei uma porta/ para dias mais vastos / e mais vastas noites.” Khalil Gibran- O Louco