
Essa Vila Isabel foi fundada em 3 de janeiro 1872 e o dia 28 de setembro é o da lei do ventre livre
e para começar a falar na abolição, Jacaré pede licença à Clementina de Jesus

e Jacaré ouve essa preciosa musica e voz
Unidos de Lucas (Jacaré não encontrou vídeo ou som )
Enredo: História do negro no Brasil (Sublime Pergaminho)
Sublime Pergaminho - Unidos de Lucas, 68
Martinho da Vila
Composição: Zeca Melodia - Nilton Russo - Carlinhos Madrugada
Quando o navio negreiro
Transportava negros africanos
Para o rincão brasileiro
Iludidos
Com quinquilharias
Os negros não sabiam
Que era apenas sedução
Pra serem armazenados
E vendidos como escravos
Na mais cruel traição
Formavam irmandades
Em grande união
Daí nasceram festejos
Que alimentavam o desejo
De libertação
Era grande o suplício
Pagavam com sacrifício
A insubordinação
E de repente
Uma lei surgiu
E os filhos dos escravos
Não seriam mais escravos
No Brasil
Mais tarde raiou a liberdade
Pra aqueles que completassem
Sessenta anos de idade
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
"Meu Deus, meu Deus
Estpa extinta a escravidão"

Lei nº. 2040 - de 28 de setembro de 1871
Declara de condição livre os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei, libertos os escravos da Nação e outros, e providencia sobre a criação e tratamento daquelles filhos menores e sobre a libertação anual de escravos.
A princesa imperial regente, em nome de Sua Majestade o Imperador o Senhor Dom Pedro Segundo, faz saber a todos os súditos do Império, que a Assembléia Geral decretou, e ela sancionou a Lei seguinte:
Art. 1º: Os filhos da mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei, serão considerados de condição livre.
...
Art. 10º: Ficam revogadas as disposições em contrário. Manda portanto a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas a façam imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, aos vinte e oito de setembro de mil oitocentos setenta e um, quinquagésimo da Independência e do Império.
Princesa imperial Regente.
Theodoro Machado Freire Pereira da Silva.
Lei Eusébio de Queiroz, Lei do Ventre Livre, Lei Saraiva Cotegipe, Lei Áurea todas sansionadas por meio de pressão, sobretudo dos países onde o capitalismo já estava mais consolidado, principalmente da Inglaterra. Essas Leis não indenizaram os escravos pelos anos de trabalho forçados, além de tê-los abandonado à própria sorte.
ResponderExcluirAqui na nossa cidade, a ausência de líderes negros era quase regra, a exceção de André Rebouças e Luiz Gama, o movimento abolicionista contava em sua maioria com líderes brancos. É impressionante como até hoje muitos sambas enredos continuam ratificando a versão histórica dos colonizadores, é um tal de” graças ao Barão de Cobertin, Imperatriz sei lá do quê, Marquês de não sei onde”.
Há um tempinho atrás, foi sugerido mudar-se o nome da rua Men de Sá, talvez fosse muito bom também mudarmos o da 28 de Setembro para Boulevard Noel Rosa ou Boulevard 11 de Dezembro, ou outra coisa mais poética e menos pelêga. Ainda bem que aqui na Vila a ideologia “Tipo Zero”sobreviveu ao tempo e às confusões da aristocracia cafona.
Tipo Zero
Noel Rosa
Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
O tipo zero não tem tipo
Quando você penetra no salão
E se mistura com a multidão
Esse seu tipo é logo observado
E admirado todo mundo fica
E o seu tipo não se classifica
E você passa a ser um tipo desclassificado
O tipo zero não tem tipo não
Em tempo: Viva Mãe Quelé com uma rosa e muitos beijos.
Leila Sales.
Concordo com a Leila, o Jacaré está falando como se a abolição tenha sido uma dádiva da realeza. À medida que crescia pressão do movimento abolicionista crescia a pressão da Inglaterra pois o escravagismo praticado por Portugal desequilibrava o preço dos produtos.
ResponderExcluirUm excelente livro que li é Equador que se passa em São Tomé e Príncipe com as hipocrisias inglesas e portuguesas.
Mas a melodia do samba é linda e a letra reflete o Brasil de 1968.
Sergio Rosa
Acho interessante como em muitos países que passaram pela condição de colônia e quase que consequentemente, por ditaduras, a memória desses acontecimentos permanece, mesmo que latente. Em nenhum deles se viu homenagens aos monarcas e aristocratas como se fez aqui com os 500 anos e a chegada da família real (sem citar a resistência em abrir os arquivos da ditadura).
ResponderExcluirNão sei se o livro citado pelo Sérgio é do autor português Miguel Sousa Tavares, pois não conheço muito a literatura contemporânea portuguesa,de qualquer forma vou procurá-lo na web.
Leila.
Leila
ResponderExcluirO livro eh esse mesmo que voce citou. Eu o li quando fui em 2004 a Sao Thome.
Se ainda estiver comigo e voce quiser posso empresta-lo
Sergio Rosa
Obrigada, Sérgio. Agora pensei que poderia ter emprestado o livro do Vainfas... Desculpe, sou meio distraída. Veja se encontra o livro do Sousa Tavares, então me diga e quem sabe, possamos fazer um escambo.
ResponderExcluirAqui em casa perdemos muitos livros na bagunça da biblioteca também.
Leila