domingo, 1 de setembro de 2013

Festa da primavera do Jacaré, 21 de setembro, comme il faut


Jacaré acordou, foi a 2005, tomou um café Capital, há mais de meio século famoso, e, como quem não quer nada, entrou na Livraria Recanto das Letras e lá se encontrou com o Jacarense Aldo que assim declamou seu poema:

POEma

   Estou no meio do nada
                            Trago os olhos dos afogados
               E dos emparedados vivos
                                               Achando que tudo
        Não passa de alucinação
                                Inclusive a vida
              Consumida em fogo fátuo.


 

Depois pediram um Undenberg  e falaram se sobre o que era o melhor  café do Rio de Janeiro no Santos Dummont que servia café Capital, tristemente agora é um gorduroso McDonald.

Por falar nas gordurosas comidas americanas, Jacaré lembrou-se dos churrascos texanos cobertos com o katchup do velho oeste e assim...


voltando para o Rio entrou no cinema América e assistiu Os brutos também amam com essa trilha sonora que faz com que a gente faça poesia.
Com toda brutalidade e balas do bang bang, Jacaré logo encontrou Leminsk numa plena pausa

Lugar onde se faz
o que já foi feito,
branco da página,
soma de todos os textos,
foi-se o tempo
quando, escrevendo,
era preciso
uma folha isenta.

 


Nenhuma página
Jamais foi limpa
Mesmo a mais Saara,
ártica, significa.
Nunca houve isso,
uma página em branco.
No fundo, todas gritam,
pálidas de tanto.





Súbito, Jacaré se lembrou de um filme de Godart no qual a mãe passa as manhãs lendo livro em branco, assim como lembrou do que o vento faz com o papel traga ele a notícia que for como canta Sergio Ricardo e Tim Maia


Olha só o que o vento faz com o papel
E traga ele a notícia que for
Vai voar... voar...
É assim quando se gosta de alguém
Não se consegue mais impedir
Que o amor
Faça o mesmo com o coração
Traga ele que razões trouxer
...



Salador Dali


Ora, dirá o leitor, por que o livro em branco do Godart está representado em azul, perdete o senso, tresloucado amigo ?


E Jacaré, pacientemente, reponderá:


- Por causa disso. Tim Maia chegou e ficou aqui cantando, "ouva"


Ah!
Se o mundo inteiro
Me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi...
E na vida a gente
Tem que entender
Que um nasce pra sofrer
Enquanto o outro ri..
Mas quem sofre
Sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver...
Ver na vida algum motivo
Pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar...



E por que a folha em branco está escrita com a amor de Heloisa e Abelardo ?

Porque as folhas de papel para fechar a rua para festa de 21 de setembro já estão correndo.

Vamos à festa da Primavera !

Um comentário:


  1. Heloísa e Abelardo

    Tristão e Isolda

    História de amores : acontecido e escrito, ambos aconteceram

    Assinado,

    Adamastor das Tormentas
    que por amor virou pedra

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