sábado, 4 de dezembro de 2010

Viva Noel, Viva Vila Isabel

Vila Isabel nos embala nas sonoridades que brotam das calçadas do Boulevard. Ao seu pé, à maneira dos portais de cidades medievais, o anfitrião recebe a todos que chegam. Ali sentado, em conversa de botequim, nosso poeta atesta a boêmia que nos encanta e que tem pulsação própria. Suas elásticas artérias acomodam-se à hipertensão de ritmos. Alma antropofágica,renova-se ao som de agogôs, pandeiros, cuícas e tamborins. Mais que centenária, conserva o brilho e o frescor das antigas musas de eternos carnavais. Vila Isabel pulsa samba. Samba que vem nos pés de anjos de rostos suados, calos nas mãos e nos dedos. Bairro de princesa e escravos libertos.
Vila que me acolhe; Vila de menestréis e de Noéis enfeitiçados; Vila flor de acetato, toda em tons azul e branco. Vila flor dos meus encantos. Vila que te quero Vila, muito mais Vila Isabel.

Um comentário:

  1. O bairro de Noel produziu muitos poetas,um exemplo é o post de hoje,lindo e apaixonado.
    Falando nisso, me lembrei de um poema que li há muito tempo e que perguntava quantas vidas eram necessárias para que uma árvore existisse. Estou fazendo esta citação, pq. acordei tarde e fui tomar café na padaria da vinte e oito, no meu caminho vi quem penso ser Ilma, a fada que confecciona o boneco do Noel.
    Estava com sua escudeira carinhosamente enfeitando o bichinho a quem todos na festa do centenário, vão achar maravilhoso, sem saber do trabalho quase anônimo dessa querida mulher.
    Então, concordando com o o poeta,é preciso reconhecer que uma árvore, um amor, um bloco de carnaval ou mesmo a amizade, prescindem de muita generosidade.
    Um beijo.
    Leila Sales.

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