sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Dezessete é minha conta... uma coisa linda p´ra mim

Jacaré foi às Barrancas do Rio Gavião relaxar ouvindo Elomar e Geraldo Azevedo numa cantiga bem à moda da cantigas portuguesas. Para ouvir, como hoje a página está cansada e não aceita inserção de links, caro leitor, se quiser ouvir essa jóia rara, vá em http://letras.terra.com.br/geraldo-azevedo/277416/

Cantiga de amigo

Lá na Casa dos Carneiros
Onde os violeiros
Vão cantar louvando você
Em cantiga de amigo
Cantando comigo
Somente porque você é
Minha amiga mulher
Lua nova do céu que já não me quer
Dezesete é a minha conta
Vem minha amiga e conta
Uma coisa linda pra mim
Conta os fios dos teus cabelos
Sonhos e anelos
Conta-me se o amor não tem fim
Madre amiga é ruim
Me mentiu jurando amor que não tem fim




Lá na Casa dos Carneiros
Sete candeeiros
Iluminam a sala de amor
Sete violas sem clamores
Sete cantadores
São sete tiranas de amor
Pra amiga em flor
Qui partiu e até hoje não voltou
Dezessete é minha conta
Vem minha amiga e conta
Uma coisa linda pra mim
Pois na Casa dos Carneiros
Violas e violeiros
Só vivem clamando assim
Madre amiga é ruim
Me mentiu jurando amor que não tem fim.

Cantigas de escárnio, de amigo, de amor e Drummond nos deu a Cantiga de Viúvo




A noite caiu na minh'alma,
fiquei triste sem querer.
Uma sombra veio vindo,
veio vindo, me abraçou.
Era a sombra de meu bem
que morreu há tanto tempo.

me abraçou com tanto amor
me apertou com tanto fogo
me beijou, me consolou.

Depois riu devagarinho,
me disse adeus com a cabeça
e saiu. Fechou a porta.
Ouvi seus passos na escada.
Depois mais nada...
acabou.

Consta que Sergio Rosa chorou hoje com essa poeisa cantiga e Jacaré sabe porque.


Jacaré fecha os trabalhos com a alegria e sutileza da ironia de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres gozando o Pierrot apaixonado dos chatíssimos corsos de Veneza de um carnaval de chorar

Di Cavalcanti


Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando

A colombina entrou num butiquim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim

Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim

Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim

Um comentário:

  1. Esse blog sempre foi tão legal, criativo, poético, pq. está tão vazio? Talvez esteja criando uma nova cantiga, a cantiga dos ausentes.
    Um beijo e um abraço saudoso p/ meus amigos.
    Leila Sales

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