domingo, 12 de dezembro de 2010

Essa festa ficou dentro de cada um de nós e será sonho

No ateliê da Ilma, com Vavau, os preparativos deliciosos


Estandartes prontos e azuis



Romeiros vindos da Bahia


Rosângela, comandando o Bar do Costa, sede do Bloco, e que é aqui homenageada


Costinha recebe Noel Rosa e Sergio Rosa


O sol veio e as morenas não foram embora


Vejam:


Caminhada musical assim, só na Vila

com Comissão de Frente très elagante


o Bloco enfeitou o Boulevard 28 de setembro com canções de Noel


um té loguinho desse... de novo: só na Vila de Noel


A esquina do Jacaré recebe Noel e Caviúna faz o melhor som do mundo


Luciano canta sob os olhos de sua segurança


mais vozes do samba


Até a próxima e ... um beijo


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Relatos:

Aldo:

Prezado amigo, cumprimos a ordem do rei: cantamos, sambamos, fizemos a melhor festa do mundo para abraçar Noel. Nunca fizemos algo parecido antes. Sentimos sua falta, mas, de certa forma, o Sérgio Rosa estava até parecido. Luciano cantava como devem cantar os anjos, e o Marcelinho estava exultante como sempre. Nosso Chico Lavadeira encarnava um Noel redivivo. Sim, a felicidade brincava nos seus olhos. Havia uma lágrima escondida, talvez reservada para você. Aos que te conheceram, seria mesmo impossível evita-la. É que a saudade tem essa mania de mexer com as lembranças da gente.

Saudoso amigo, você precisava ver o grupo de amigos que se juntou ao bloco depois da tua partida. Waguinho, Raquel, João, Ivan, Nemésio, Regina, entre tantos outros. O senso de companheirismo e amizade seria por você abençoados. Estou de alma lavada. Volto para Rio das Ostras com algumas certezas:

1. O BLOCO não acaba nunca.

2. O BLOCO está em boas mãos

3. O BLOCO é o coração da gente

4. O BLOCO é o dono da esquina

Valeu Jair, saudades e abraços no mano Beto.

PS: Diga-lhe que ninguém armou a tenda desta vez.

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João Guerreiro

Pequeno relato do aniversário de Noel para quem está longe:

Quando adentrei o Boulevard 28 de setembro vi Marcelo, o nosso Abrahão, dizendo, como o seu quase xará Abraão: nunca mais iremos idolatrar ídolos, só que Noel é 100.
Sergio, o Rosa, já tinha tudo sobre controle, menos o carnaval. Luciano, pela primeira vez, chegou atrasado à concentração do bloco: estava contrito (re)escolhendo o repertório que todos já sabiam e que foi uma surpresa para todos.
Enquanto isso todos se achegavam. O boneco que encarna Noel não estava tranquilo. Via a estátua e parecia dizer: vem sambar, Mestre. Noel falava, seu garçon faço o favor...
Quando a Caminhada adentrou a íntima 28 de setembro, a multidão cantava as músicas de Noel. Um caminhão, gigantesco, de som suportava as músicas leves e profundas de Noel. Lá em cima, o Caviúna levantava todas as pedras das calçadas musicais. As reverências de André Filho (ainda de fronte à estatua de Noel, na praça Maracanã), Chiquinha Gonzaga, Donga, Ary Barroso, Sinhô e o inesquecível parceiro Vadico eram feitas a todas as músicas do Mestre sempre que passávamos em frentes a estes bambas imortálizados nas calçadas musicais de Vila.
O nosso Noel, Chico Lavadeira, passava altivo entre todas as esquinas e pessoas. O Jacaré fez uma bela festa "desescondendo" o que sempre estava exposto.
Noel também veio no colo do Barangal: Henrique, I Barango, sambava com Noel no colo. E estavam todos lá: Largo o Machado, mas não largo o Copo; Saco de Noel; Carmelitas, todos os blocos de Vila e o povo que ia adentrando à caminhada!
O onipresente Presidente Aldo parecia o Jamelão: se divertia como pinto no lixo. Todos os Jacareenses tinham a real dimensão da homenagem: só haviam sorrisos, felicidades e cantos.
Trabalhei como um trabalhador: cheguei na hora que o caminhão chegou em frente ao Petisco. Mas, assim como Nelson Rodrigues, sabia que isso já estava escrito há mil anos. A esquina toda estava de pé quando a Caminhada chegou nas esquinas da Visconde de Abaeté com Torres Homem. Recomeçou a festa.
A partir daí era conosco: uma festa para Noel como sempre linda e desta vez mais linda.
Fique horas olhando a festa. Conversava com um, recebíamos parabéns dos amigos dos outros blocos e a esquina estava mostrando uma alegria impar. Parecia uma resposta dos que querem/podem ser felizes para esta cidade, mas, na verdade, era apenas mais um Jacaré. Feito do nosso jeito, maior ou menos, mas uma festa de homenagem ao nosso inspirador.
Parecia carnaval! Acho que alguém já disse isso, mas a homenagem anual ao aniversário de Noel é, realmente, a abertura do verão, do carnaval e do Natal.
Imagina como vai ser os 101!
Espero que não esteja nevando aí.
Sem água na boca: fizemos uma festa duca...
Parabéns a todos nós, pois foi muito bela a festa, pá!

Tanto Mar - Chico

"Sei que está em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor no teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto de jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim"

João Guerreiro

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