domingo, 31 de julho de 2011

Agosto vem chegando e Jacaré vem desimbernando

As sugestões para a festa da primavera começaram a chegar ao Jacaré. Uma delas foi cozinhar o Sergio Rosa num caldeirão e para tal fizeram contato com Bruxa do 71



Mas os contatos jacarenses do México entraram em negociação com autora da idéia canibal e chegaram a uma acordo em torno de uma sopa de rosas. Assim será.

"Para fazê-la você necessitará 1 litro e meio de caldo de frango, pétalas de rosa silvestre, 2 colheres de queijo parmesão ralado, 2 ovos e 1 punhado de folhas de malva.

Ferva o caldo e cozinhe as malvas e as rosas por 15 minutos. Retire do fogo. Misture os ovos, o queijo ralado e incorpore o caldo. Leve ao fogo até que ferva. Sirva com queijo ralado e decore com algumas folhas de malva trituradas
."



Da culinária aos figurinos Jacaré recebeu também a sugestão de vestir o Boneco de Noel com roupa colorida e a partir daí vamos à escolha :

Opção 1:


No México nossa delegação procurou uma casa para bailar um tango mas foi alertada por Manuel Bandeira

Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.


Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.

.......................................................................

— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.


terça-feira, 26 de julho de 2011

Sempre a Razão vencida foi de Amor ... que esquece

Jacaré se pergunta porque não se acredita nessa história de Razão e Amor e se pergunta se a festa do Jacaré na Primavera de 17 de setembro será de amor ou razão.

Camões escreveu que Sempre a Razão vencida foi de Amor



Sempre a Razão vencida foi de Amor
Mas, porque assim o pedia o coração,
Quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!

Novo modo de morte e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
Que perde suas forças a afeição,
Por que não perca a pena o seu rigor.

Pois nunca houve fraqueza no querer,
Mas antes muito mais se esforça assim
Um contrário com outro por vencer.

Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
Não creio que é Razão; mas há-de ser
Inclinação que eu tenho contra mim.

Pascal disse o coração tem suas razões, que a própria razão desconhece

Salvador Dali - Planície do esquecimento


e na música popular brasileira o coração com razão esqueceu

Aos Pés da Santa Cruz

Aos pés da Santa Cruz você se ajoelhou
Em nome de Jesus um grande amor você jurou
Jurou, mas não cumpriu, fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu
Pra Deus você pecou
O coração tem razões que a própria razão desconhece
Faz promessas e juras, depois esquece
Seguindo este princípio você também prometeu
Chegou até a jurar um grande amor
Mas depois esqueceu.

domingo, 24 de julho de 2011

Não há futuro nem presente. Jacaré romântico de derrete

Não há mesmo, como a Vila desde 1973 mostrou

Abriu-se a cortina do universo
Pra Vila cantar em verso
Uma história astral
Uma astrologia criada
Na primeira madrugada
A sorte foi lançada
Daí pra frente não há futuro nem presente
Que o destino esteja ausente

Nada se fez, nada se faz
Os astros não mentem jamais

Dim dim dim, dim dim dim
O destino é assim



E cada signo tem sua missão
Seja virgem, libra ou leão
Por que a sorte procurar
Se ela em suas mãos virá
Hoje tudo é sonho, fantasia
Esplendor e folia
Nesta era em que Aquarius nos traz
Felicidade, amor e paz

Cheguei a ver na bola de cristal
Que os astros vêm brincar o carnaval

Dindinha lua, dindinha lua
Desça do céu e vem sambar na rua


não existe tempo e não para e derrete



Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para "as time goes by"



Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para "ou o fim dos tempos virá lacrado com sete selos?"



Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para


P'ra beijar nessa primavera de hoje



You must remember this,
a kiss is just a kiss,
A sigh is just a sigh,
The fundamental things apply,
as time goes by.

And when two lovers woo,
They still say "I love you,"
On that you can rely,
No matter what the future brings,
as time goes by.

Moonlight and love songs,
never out of date,
Hearts full of passion,
jealousy and hate,
Woman need man, and man must have his maid,
that no one can deny.

It's still the same old story,
a fight for love and glory,
A case of do or die,
The world will always welcome lovers,
as time goes by.

sábado, 23 de julho de 2011

Como vaes você? Vou no Flaneur do Jacaré com Baden e Baudelaire

Andar por aí, olhar por aí, flanar, deixar as imagens entrarem e ficarem na cabeça livres e mexedoiras como escreveu Sartre: nada nos bolsos, nada nas mãos

ou omo escreveu a jacarense Leila com Baden Powell ouvindo Deixa com o autor ou com Odete Lara e Vinicius ou com Elis Regina ou na voz macia de Cyro Monteiro a escolher, é bom demais

Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixe o coração falar também
Porque ele tem razão demais quando se queixa
Então a gente deixa, deixa, deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim prá não dizer talvez
Deixa
A Paixão também existe
Deixa
Não me deixe ficar triste



tem o flaneur que Baudelaire diz ter contemplado belas pernas que passaram

A uma passante

A rua em torno um frenético alarido
Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,
Uma mulher passou, com sua mão suntuosa
Erguendo e sacudindo a barra do vestido.

Pernas de estátua, era-lhe a imagem nobre e fina.
Qual bizarro basbaque, afoito eu lhe bebia
No olhar, céu lívido onde aflora a ventania,
A doçura que envolve e o prazer que assassina.

Que luz…e a noite após! Efêmera beldade
Cujos olhos me fazem nascer outra vez,
Não mais hei de ter senão na eternidade?
Longe daqui! tarde demais! nunca talvez!

Pois de ti já me fui, de mim tu já fugiste,
Tu que eu teria amado, ó tu que bem o viste!



Jacaré flana também com Carmen Miranda num arranjo diivinal:

Como vaes você ?
Vou navegando,
Vou temperando,
Pra baixo todo santo ajuda,
Pra cima a coisa toda muda,



E como vaes você ?
No mar desta vida,
Vou navegando,
Vou temperando,
O céu às vezes é tão claro,
E outras escuro,
Claro é o passado,
Escuro é o futuro,
Hoje estou convencida,
Que o segredo principal da vida,
Consiste em não,
Forçar em nada a natureza,
E o resto vem,
Que é uma beleza,
E aí como vaes você ?...

Ainda fica uma dúvida: terá sido Buñel quem mandou a Belle de Jour passar nas barbas do Flaneur?



Quem tiver a fim de ler mais um pouqinho sobre a forma de viver flanando, diferente dos que só correm atrás do dinheiro, pois é, quem estiver a fim pode ler esse texto de Fernanda, Mariana, Rafael e Rodrigo que têem sobrenome mas o Flaneur Jacaré fixou-se só no conteúdo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O inverno em música e poesia - isso é Jacaré com Cartola e Baudelaire

Nada de sobrestar-me, disse o inverno ao Jacaré: sou frio e gostoso ainda mais em Vila Isabel com as manhãs claras e as noites nos bares.

Sem desprezar a primavera do não tempo, Jacaré lembrou Cartola a cantar O Inverno do Meu Tempo

Surge a alvorada
folhas a voar
e o inverno do meu tempo começa
a brotar, a minar

E os sonhos do passado
no passado estão presentes,
e o amor que não envelhece jamais
eu tenho paz
e ela tem paz



Nossas vidas
muito sofridas
caminhos tortuosos
entre flores e espinhos demais

Já não sinto saudade
saudades de nada que vi
o inverno do tempo da vida
oh! Deus
eu me sinto feliz

Surge a alvorada
folhas a voar...

folhas a voar para a França de Charles Baudelaire com a A Musa Venal



Musa do meu amor, ó principesca amante,
Quando o inverno chegar, com seus ventos irados
Pelos longos serões, de frio tiritante,
Com que hás-de acalentar os pésitos gelados?

Tencionas aquecer o colo deslumbrante
Com os raios de luz pelos vidros filtrados?
Tendo a casa vazia e a bolsa agonizante
o ouro vais roubar aos céus iluminados?

Precisas, para obter o triste pão diário,
Fazer de sacristão e de turibulário,
Entoar um Te-Deum, sem crença nem favor,

Ou, como um saltimbanco esfomeado, mostrar
As tuas perfeições, através d'um olhar
Onde ocultas, a rir, o natural pudor!

sábado, 16 de julho de 2011

A primavera é hoje, assim falou Kairos na festa de Isis




Cristina Mota, o doce voz, canta kairamente nesse não espaço jacarense o samba enredo da Ilha - O amanhã.

A cigana leu o meu destino
Eu sonhei
Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante
Eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?
Já desfolhei o mal-me-quer
Primeiro amor de um menino
E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realejo diz
Que eu serei feliz
Como será o amanhã
Responda quem puder (bis)
O que irá me acontecer
O meu destino será como Deus quiser

Nossa jacrense Leila é nos levou a Kairos - não existe ontem, amanhã ou hoje e na vinda para a festa da primavera do Jacaré, várias sabinas foram raptadas



Baco, com um copo de vinho, vendo o sequestro caiu no samba numa Festa Profana em direção ao Jacaré

O rei mandou cair dentro da folia
e lá vou eu, e lá vou eu, o som que brilha
nessa noite vem da ilha, lindo sonho que é só meu
vem, vem amor a poesia vem rimar sem dor

na fantasia vem colorir a vida, vem amor
vem da magia, vem da magia me beija nesse mar
de amor, vem me abraça mais
que eu quero é mais o teu coração

eu vou tomar um porre de felicidade
vou sacudir eu vou zoar pela cidade
em boi Ápis, lá no Egito, festa de Ísis
êh Deus Baco, bebe sem mágoa, você pensa
que esse vinho é água

é primavera na lei de Roma alegria
é que impera, o que beleza mascara negra
lá no baile de Veneza
Oh! joga água que é de cheiro, confete, serpentina
lança perfume no cangote da menina
Oh! joga água que é de cheiro, confete, serpentina

uma incrédula duvidou e saiu assim na foto com Thomas de Aquino



como os dois sambas são da Ilha do Governador, Jacaré pegou uma sabina e foi tomar uma saideira com o casal Adamastor e Luz del Fuego na Ilha do Sol

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Flores d'África enviadas por Adamastor

Adamastor cumpriu a palavra e enviou flores da África do Sul para animar a vindoira festa da primavera, começando com uma protea



e um passarinho me contou, que além de vir aí bom tempo, que o nome dessa flor vem da Mitologia Grega, numa analogia com o deus PROTEUS que podia mudar a sua forma – já que a família da Protea é grande e diversificada.



também perguntaram ao Jacaré porque flores no inverno, mas será que quem perguntou nunca ouviu o filósofo Cartola que disse : cigarras sempre cantam seja ou não verão, assim:

Camarim
Cartola e Hermínio Belo de Carvalho

No camarim as rosas vão murchando
E o contra-regra dá o último sinal
As luzes da platéia vão se amortecendo
E a orquestra ataca o acorde inicial
No camarim nem sempre há euforia
Artista de mim mesmo nem posso fracassar
Releio os bilhetes pregados no espelho
Me pedem que jamais eu deixe de cantar../..

Caminho lentamente e entro em contra-luz
E a garganta acende um verso sedutor
O corpo se agita e chove pelos olhos
E um aplauso escorre em cada refletor
Pisando esta ribalta, cantando pra vocês
De nada sinto falta, sou eu mais uma vez
As rosas vão murchar, mas outras nascerão
Cigarras sempre cantam, seja ou não verão

depois de ouvir nossa Beth Carvalho Adamastor e Jacaré abraçados sairam por aí com Zé Keti, Nara e um violão debaixo do braço


Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando o violão embaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
Se houver motivo
É mais um samba que eu faço
Se quiserem saber se volto
Diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Tenho um violão para me acompanhar
Tenho muitos amigos, eu sou popular
Tenho a madrugada como companheira
A saudade me dói, o meu peito me rói
Eu estou na cidade, eu estou na favela
Eu estou por aí
Sempre pensando nela