sábado, 26 de novembro de 2011

Covarde, sei que me podem chamar, salve Mario Lago!

Centenário de Mário Lago leva Jacaré a acordar cantando e gozando a vida



Atire a Primeira Pedra

Covarde sei que me podem chamar
Porque não calo no peito essa dor
Atire a primeira pedra, ai, ai, ai
Aquele que não sofreu por amor
Eu sei que vão censurar meu proceder
Eu sei, mulher
Que você mesma vai dizer
Que eu voltei pra me humilhar
É, mas não faz mal
Você pode até sorrir
Perdão foi feito pra gente pedir

Jacaré, lendo a Agenda do Samba Choro, convida também para hoje sábado, 26 de novembro,data do nascimento do artista, para o baile "Na Folia do Lago", no Cordão da Bola Preta, na Rua da Relação às 21 horas.

Vem chegando Amélia, a mulher de verdade... vamos nessa no balanço de um samba bom e Noel chega na segunda parte perguntando "quem é você"



Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade

Agora, é hora de baixar o livro Meia porção de sarapatel, de Mário Lago na página do concurso da marchinhas de carnaval que traz esse delicioso texto:



"Carioca exemplar, embora não fosse de praia. Disciplinado em tudo que fazia e praticante de toda sorte de molecagens. Erudito ao extremo, popular mais ainda. Avesso à grã-finagem e torcedor ardoroso do Fluminense Football Club. Boêmio convicto e trabalhador incansável."

Um amigo e parceiro comunista de Mário Lago, Luiz Carlos Prestes, vem também ao Jacaré nessa festa imodesta


Festa Imodesta
Chico Buarque

Minha gente
Era triste amargurada
Enfrentou a batucada
Pra deixar de padecer
Salve o prazer
Salve o prazer
Uma festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua festa
Construindo coisas pra se cantar
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E o otário silência
Tudo aquilo que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida
Acima do coração
Que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular.
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E o otário silência
Tudo aquilo que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida
Acima do coração
Que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
Salve o compositor popular.

foto copiada da página AFINSOFIA


Jacaré saúda Mário Lago, compositor popular. Salve o prazer!

2 comentários:

  1. Amigos jacarenses,hoje houve correria e gritaria, mas principalmente desespero aqui em BCN. Varios camelôs marroquinos se esconderam no metrô fugindo da fiscalização e muitos povos de origem arabe quase pararam a plaza catalunya.
    Um grupo de mulheres indianas se exaltou no vagão em que eu estava e pensei que fosse ocorrer algo mais grave.
    Fiquei triste e pensei que Zigmunt Bauman tem razão, para os que não conhecem a face privilegiada do capitalismo, só resta lamber as próprias feridas.
    Amanhã vou para Lisboa, um braço pra vcs.
    Leila Sales.

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  2. Desculpe, eu esqueci de dizer que esses acontecimentos são uma covardia de fato, sem um pingo, gota de poesia.
    Leila.

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