segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jacaré convida Magritte para a festa de Noel Rosa

e, apresentando Vila Isabel ao pintor, Noel pediu à Elizete para cantar Até amanhã

Até amanhã se Deus quiser
Se não chover eu volto pra te ver
Oh, mulher!
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto
O destino é quem quer

Adeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa em que eu jogo
Três palavras vou gritar por despedida:
"Até amanhã! Até já! Até logo!"

O mundo é um samba em que eu danço
Sem nunca sair do meu trilho
Vou cantando o teu nome sem descanso
Pois do meu samba tu és o estribilho

Logo a seguir foram ver se os amantes se veriam no amanhã de novo


Ouviram de Mirabeau e Clara Nunes que a relação de amantes pode chegar à Obsessão

Você roubou meu sossego
Você roubou minha paz
Com você eu vivo a sofrer
Sem você vou sofrer muito mais

Já não é amor
Já náo é paixão
O que eu sinto por você
É obsessão

como a do cachimbo que insiste em não ser cachimbo




No final da conversa, Noel Rosa e João Nogueira disseram ao visitante para não fazer falseta na festa de 10 de dezembro para não ficar sem intérprete

O cinema falado é o grande culpado da transformação
Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez
Lá no morro, seu eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote
Na gafieira dançar o Fox-Trote



Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone..

Nenhum comentário:

Postar um comentário