domingo, 27 de novembro de 2011

Jacaré de marchand à Kizomba passando pelo jazz com Noel Rosa

Nosso jacarense, Luciano Macedo, pintou com capricho esse azul e cinza, em têmpera sobre madeira: cores que descansam os olhos e formas que provocam a mente.



Jacaré veste-se de marchand e abre o leilão de arte, enviem suas propostas.

Vem também à página o azul da tranquilidade expressionista, como se a vida fosse rosa, de Mary Cassat, numa pintura do século XIX



Esse domingo está que é arte pura, dessa vez com a música e a cultura da festa do Jacaré na Kizomba de Rio das Ostras organizada pelos jacarenses Marcela e Aldo.



e falar Kizomba, é falar Vila Isabel e falar Luiz Carlos da Vila numa homenagem que tem a presença do jacarense Ivan Mobílio.

Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sarcedote ergue a taça
Convocando toda a massa
Nesse evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição



Que magia
Reza ageum e Orixá
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Valeu
Valeu Zumbi

Marcela e Louis Armatrong, num dia maravilhoso, avisam que valeu Zumbi e que o festival de jazz de Rio das Ostras entrará também na agenda oficial do Jacaré



Abrindo o leilão, fechando a página com seu humor sarcástico, Noel Rosa lembra que a festa na Vila do Jacaré será no dia 10 de dezembro, e que faltar é ... Quem dá mais?


Quem dá mais por uma mulata que é diplomada
Em matéria de samba e de batucada
Com as qualidades de moça formosa
Fiteira, vaidosa e muito mentirosa
Cinco mil réis, duzentos mil réis, um conto de réis!

Ninguém dá mais de um conto de réis?
O Vasco paga o lote na batata
E em vez de barata
Oferece ao Russinho uma mulata

Quem dá mais por um violão que toca em falsete
Que só não tem braço, fundo e cavalete
Pertenceu a Dom Pedro, morou no palácio
Foi posto no prego por José Bonifácio
Vinte mil réis, vinte e um e quinhentos, cinqüenta mil réis!



Ninguém dá mais de cinqüenta mil réis?
Quem arremata o lote é um judeu
Quem garante sou eu
Pra vendê-lo pelo dobro no museu.

Quem dá mais por um samba feito nas regras da arte
Sem introdução e sem segunda parte
Só tem estribilho, nasceu no Salgueiro
E exprime dois terços do Rio de Janeiro

Quem dá mais? Quem é que dá mais de um conto de réis?
(Quem dá mais? Quem dá mais? Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três!)

Quanto é que vai ganhar o leiloeiro
Que é também brasileiro
E em três lotes vendeu o Brasil inteiro?
Quem dá mais?

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