Depois, ou antes, ou durante, com Sergio Rosa uma cerveja derrubou, protegidos pelo estandarte do Bloco.
Noel avisou ao Jacaré que choveria na festa mas as gotas seriam lágrimas de emoção de São Pedro e que ele daria uma força na esquina à noite, então cantamos assim : O orvalho vem caindo
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
A minha sopa não tem osso e nem tem sal
Se um dia passo bem, dois e três passo mal
(Isso é muito natural!)
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
A minha sopa não tem osso e nem tem sal
Se um dia passo bem, dois e três passo mal
(Isso é muito natural!)
A turma deu uma arrumada no palco com a costumeira varrida bailada por João Guerreiro pois quem ama cuida.
Então da vassoura fez-se o grupo e do grupo fez-se a foto num canto em homenagem a Mariana e em protesto à Vale, que já foi do Rio Doce e tirou-o de seu nome pois planejava destruí-lo com lama de ferro mas o Calix Bento recuperará o rio
Oh, Deus salve o oratório
Onde Deus fez a morada, oiá, meu Deus
Onde Deus fez a morada, oiá
Onde mora o cálice bento
E a hóstia consagrada, oiá, meu Deus
E a hóstia consagrada, oiá
De Jessé nasceu a vara
Da vara nasceu a flor, oiá, meu Deus
Da vara nasceu a flor, oiá
E da flor nasceu Maria
De Maria o Salvador, oiá, meu Deus

Com água de cheiro vinda das escadas do Bonfim a lavagem da estátua foi celebrada por Sônia, Ric, Jario e Lucinha.
Isto posto, nossa rainha do Bloco, Rose balançou com o rebolado ao som de samba da melhor qualidade, gravado pelo Diretor de cinema Pardal, melhor que Buñel, nesse endereço :
O sol da Vila é triste
Samba não assiste
Porque a gente implora:
"Sol, pelo amor de Deus,
não vem agora
que as morenas
vão logo embora
Eu sei tudo o que faço
sei por onde passo
paixao nao me aniquila
Mas, tenho que dizer,
modéstia à parte,
meus senhores,
Eu sou da Vila!
Tudo sob a batuta do maestro Jairo com a garotada na sinfônica.
Durante a cerimônia, um pavão misterioso enviado por Luciano, cantor maior do Jacaré, se chegou e anunciou o acordo sobre o Clima na ONU com brilhante participação da delegação brasileira...
e assim cantou com Ednardo:
Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar...
Pavão misterioso
Nessa cauda
Aberta em leque
Me guarda moleque
De eterno brincar

Sônia Balão, no comando de camisa vermelha, avisou :
- Vamos para a esquina que o samba vai começar lá
Então, como dizem os paulistas, nós si chegamos na esquina e Pecê Ribeiro contou uma estória que ele cantou com Noel Rosa pelas ruas da Vila pois do meu samba tu és o estribilho.
Até amanhã se Deus quiser
Se não chover eu volto pra te ver
Oh, mulher!
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto
O destino é quem quer
Adeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa em que eu jogo
Três palavras vou gritar por despedida:
"Até amanhã! Até já! Até logo!"
O mundo é um samba em que eu danço
Sem nunca sair do meu trilho
Vou cantando o teu nome sem descanso
Pois do meu samba tu és o estribilho
Marcelinho recitou poesia enquanto a chuva caía, viva a última flor do Lácio, de Bilac já homenageado pelo Jacaré :
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Luciano comandou a banda em muitas deliciosas músicas incluindo o hino do Bloco.
E que se foda o bar do Costa
Em rio de piranha
Jacaré nada de costas
A cerveja está gelada
Abre uma e é pra já
Ora direis estelas, estrelas como Vila Isabel... no limiar do infinito ... Jacaré encontra seu destino no tabuleiro da baiana, aquarela do Brasil o teu cabelo não nega
Simone, nossa jacarense de coração, ciceroneada pela Rachel, observadas por Luciene após o canto, vaticinaram: FORA CUNHA ! Levando um grande chute.
A colombina entrou num butiquim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim
É seu Cunha, o Senhor que quer reduzir a liberdade das mulheres, saiba que no Jacaré quem manda é a mulher como mostrado pela nossa ritmista Thais, com Heitor dos Prazeres e Gilberto Alves:
Não se deve amar sem ser amado
É melhor morrer crucificado
Deus nos livre das mulheres que hoje em dia
Desprezam o homem só por causa da orgia
Gosto que me enrosco de ouvir dizer
Que a parte mais fraca é a mulher
Mas o homem, com toda a fortaleza
Desce da nobreza e faz o que ela quer
Daí a chuva caiu forte, forte muito forte e a contradição dialética mostrou-se amiga do Jacaré pois:
A Prefeitura não autorizou fechar a rua
Se a rua tivesse sido fechada, o som ficaria debaixo da barraca
Com a chuva forte o som teria de parar
Como o som ficou no calçadão do Costa, deu nem te ligo pra chuva
Para melhorar mais, Noel derrubou com a ajuda da chuva uma galhada de árvore e fechou a rua com som na calçada e baile na rua.
Daí em diante a festa rolou assim ou mais ou menos assim em quase fotos:
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