domingo, 26 de maio de 2013

Não se castrem em nada, assim falaram Jacaré e Clarice Lispector na tourada



A amiga do Jacaré, mui buena maestra de español, Claudia enviou a deliciosa voz e dança de Isabel Pantoja em Marinero de luces,    com a espada do toureiro:



Ese barco velero cargado de sueños,
Cruzo la bahía
Me dejo aquella tarde agitando el pañuelo
Sentada en la orilla
Marinero de luces, con alma de fuego y espalda morena
Se quedo tu velero perdido en los mares
Varado en la arena.
Olvidaste que yo gaviota de luna
Te estaba esperando,
Y te fuiste meciendo en olas de plata.
Cantando, cantando
Te embrujo aquella tarde
El olor de azahar.
Ese barco velero cargado de sueños cruzo la bahía.
Ese barco velero cargado de sueños cruzo la bahía
Me dejo tu mirada de fuego encendido
Clavada el la mía
Marinero de luces de sol y de sombra, de mar y de olivo
Se quedo tu silencio de rojo y arena
Clavado en el mío

Nessa semana que ora se encerra e começa (domingo é primeiro ou último ? ) outro toureiro foi chifrado pelo touro. Foram pois, três toureiros chifrados...

Êpa ! Jacaré cantou "eu não sou toureiro não"  .


Mas Jacaré, cumpre sua missão de divulgar o que o que os jarenses pedem e o andaluz jacarense Pablo del Morão assim trouxe à página do Jacaré suas considerações:



- o touro leva a vida com mais diginidade que o boi. O touro é criado solto, transa com as vacas e corre pelos longos pastos. Na tourada tem chance de matar o toureiro.



- o boi é castrado, se estabulado, nem se move, não tem pasto, não transa com ninguém e nenhuma chance de matar seu algoz tem.

O jacarense Antônio do Algarve nos mandou cá Amália Rodrigues cantando o namoro do touro com a lua em La luna y el toro

e pergunta se alguém tem uma poesia de amor de um boi com qualquer astro



Esse toro enamorado de la luna
Que abandona por la noche la maná
Es pintado de amapola e aceituna
Y le puso companero el mayoral ...

 A jacarense ucraniana Kalina Plavo traz Clarice Lispector dizendo letras com sonoridade pelo selvagem do touro e a fraquesa de ser boi - castrado.



" ... Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu... Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você, sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. ”

Tem mais, disse a facção taurina do Jacare: o touro vira signo e boi vira baby beef.

E assim com a poesia de Luiz de Gongora, ao som do Toreador de Carmen, de  Bizet, Jacaré convida para a festa de São João em

6 de julho



e não castrem seu animais de estimação, faz mais mal do que uma  tourada, o animal não tem como se defender e fica como que lobotomizado.

ou melhor, como Clarice, não se castrem em nada 

assim falaram Freud e Jacaré

Enquanto, ao competir com teu cabelo,
ouro polido ao sol deslumbra em vão;
enquanto com desprezo ao rés-do-chão
olha tua alva frente o lírio belo;
enquanto atrás do lábio, por querê-lo,
mais olhos que do cravo agora vão;
e enquanto triunfa com afetação
do luzente cristal teu ser de gelo;
goza gelo, cabelo, lábio e frente,
antes que tua hora tão dourada,
- ouro, lírio, lilás, cristal luzente -
não só em prata ou flor estiolada
se torne, mas tu e isso juntamente
em terra, em fumo, em pó, em sombra, em nada.

Um comentário:


  1. Se Freud falou sobre o complexo de castração, imagine-se o castrado por força de seu algoz ou seu amigo algoz como os cachorros e gatos domésticos.

    A história de Heloisa e Abelardo no século XII é atual.

    Gilda

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