sábado, 23 de novembro de 2013

Luiz Gonzaga, rei do baião, explica porque foram as mulheres do Jacaré que fizeram o bobó. Os homens foram p'ro borracheiro ver figura com Deleuze e Barrerito.


Estava cheio de Abdon na cozinha do Jacaré quando Gonzagão chegou cantando assim :



Abdon que moda é essa       
Deixe a tripa e a cuié
Homem não vai na cozinha
Que é lugar só de mulhé
Vô juntá feijão de corda
Numa panela de arroz
Abdon vai já pra sala
Que hoje tem baião de dois
Ai, ai, ai
Ai baião que bom tu sois
Ó baião é bom sozinho
Que dirá baião de dois


O feijão é cozido em uma panela de ferro, e só depois, acrescente o arroz e deixa cozinhar e como o processo todo demora muito tempo, bote o baião p'ra tocá, arrume uma fulô e quem advinhar quem é Abdon ganhará um angu gratis em 8 de fevereiro


Enquanto isso, no borracheiro na cola do pneu com michilin, os homens jacarenses, que não sabem ler, escolheram a Pirelli

E de tão apaixonados, não resistiram, cantaram Rosa com Pixinguinha. 

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor

E há quem diga que jacarenses fizeram do pneu balanço e da moça esposa.



Sobre o esposamento da moça, Fagner e Zeca Baleiro escreveram isso:

Sofrer é da vida querida
Você não me ama eu lamento
...
Quatro da madrugada
Só eu e meu pensamento
Você fugiu no meu carro
E me deixou sem cigarro
...
Na janela do apartamento
Como diria o cantor de bolero
Como diria o cantor de bolero
Ninguém pode destruir
O coração de um homem sincero
...


Querida, de todas as mulheres que amei na vida
Você, você...
Foi uma delas


Do balanço, fez-se o vento e do vento levantou-se a saia, assim falaram Elba Ramalho,  João do Vale e Luiz Gonzaga


Tava na peneira eu tava peneirando
Eu tava num namoro eu tava namorando.
Na farinhada lá da Serra do Teixeira
Namorei uma cabôca nunca vi tão feiticeira
A mininada descascava macaxeira
Zé Migué no caititú e eu e ela na peneira.


Tava na peineira eu tava peneirando
Eu tava num namoro eu tava namorando.
O vento dava sacudia a cabilêra
Levantava a saia dela no balanço da peneira
Fechei os óio e o vento foi soprando
Quando deu um ridimuinho sem querer tava espiando.


Deleuze

No interior do Goiás, Deleuze com Barrerito pegaram um wisky, gelo, acenderam o cigarro da moça e cantaram uma moda de viola em que ela está falando que se esqueceu do homem que a amou tanto

sábado, 9 de novembro de 2013

Bar do Costa fechou as portas. Jacaré com Noel e Quincas Berro D´Água juntam Quimera e Phoenix para a dificuldade enfrentar e abrem uma cachaça de rolha.



Jacaré entende do riscado e por isso risca do caderno a Quimera que esfuma mas não apaga a  Phoenix que nele mora


Risque, assim falaram Nelson Gonçalves e Ary Barroso ao se juntarem à  dor do Jacaré, com muita dor de corno

Risque, meu nome do seu caderno
Pois não suporto o inferno
Do nosso amor fracassado
Deixe, que eu siga novos caminhos
Em busca de outros carinhos
Matemos nosso passado
Mas, se algum dia, talvez, a saudade apertar
Não se perturbe, afogue a saudade
Nos copos de um bar
Creia, toda a quimera se esfuma
Como a brancura da espuma
Que se desmancha na areia


O bar do Costa fechou as portas para sempre.
Foi a cena vista numa noite de domingo.
Mas Jacaré, mitológico jumguiano, sai a chamar:

- Phoenix ! Fênix ! 


Jacaré, vendo sua sede desligada, chora, chora, vaga e sussurra uma tristeza : que faço eu da vida sem você ?

E nesse desespero em que eu me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando me encontrar

E vejam, a história se repete, mas dessa vez  não como farsa.

No fundo do porão do Bar do Costa, aonde morava  o Boneco de Noel Rosa, amuleto do Jacaré... lá, quado Noel descansava, um oficial de justiça o tomou das mãos do artista Jorge Crespo


diz-se que naquele porão, nessa hora, ouvia-se esse som meio João Ninguém:

João Ninguém
Que não é velho nem moço
Come bastante no almoço
Pra se esquecer do jantar...
Num vão de escada
Fez a sua moradia
Sem pensar na gritaria
Que vem do primeiro andar


João Ninguém não trabalha um só minuto
E vive sem ter vintém
E anda a fumar charuto
Esse João nunca se expôs ao perigo
Nunca teve um inimigo
Nunca teve opinião

Crespo olhou p'ra Noel e foi aí que a História se repetiu no encontro de Quincas Berro D'Àgua com Noel Rosa.


Formou-se o Bloco Noturno em busca de um barco,  juntado-se Jorge Amado e Gereba cantando o Baião de Quincas

 no breu da noite era lua era estrela
 no caminho da cais
 Berro D'água tropeçou



Assim Noel Rosa e Berro D'Água foram para o Cabaré dar uns beijinhos nas meninas, na Ladeira da Montanha onde mora Castro Alves.

No Cabaré, pela primeira vez, Quincas arrumou briga ao esticar a perna e derrubar uma dama.



Noel pacificou e foram para o mar, dessa vez com Caymmi acalentando que é doce morrer no mar

É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio foi
Foi de tristeza prá mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi prá mim
É doce morrer... 
 Saveiro partiu de noite foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou
É doce morrer...
Nas ondas verdes do mar meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá
É doce morrer..




Mas não se enganem não, Jacaré é Phoenix e convida todos a voar o vôo da águia amiga da raposa com sete cantigas p'ra voar


Cantiga de roça
De um cego apaixonado
Cantiga de moça
Lé do cercado
Que canta a fauna e a flora
E ninguém ignora
Se ela quer brotar
Bota uma flor no cabelo
Com alegria e zelo
Para não secar
Voa, voa no ar...

Cantiga de ninar
A criança na rede
Mentira de água
É matar a sede:
Diz pra mãe que eu fui para o açude
Fui pescar um peixe
Isso eu num fui não
Tava era com um namorado
Pra alegria e festa
Do meu coração
Voa, voa, azulão... 


E se a gente quiser ele vai voltar

Na volta passar por Itapoã com Gil e Toquinho

Abre uma cachaça de rolha, 
assim falou Jacaré

domingo, 3 de novembro de 2013

Força tarefa do Jacaré resgata de Obama as fotos do bobó e publica a festa sem autorização. E censura aqui só a do super ego, assim falou Freud



A foto abaixo mostra a jacaresne Sheila, a comandante da festa, chefiando triunfante um poderoso exército ao ocupar o campo de batalha ao som de Monsieur Blecaute



Chegou general da banda ê ê
Chegou general da banda ê a
Chegou general da banda ê ê
Chegou general da banda ê a
Mourão, mourão
Vara madura que não cai
Mourão, mourão, mourão
Catuca por baixo que ele vai
Mourão, mourão
Vara madura que não cai
Mourão, mourão, mourão
Catuca por baixo que ele vai
Chegou general da banda ê ê
Chegou general da banda ê a


Logo, em Vila Isabel, plantou-se a bandeira do jacaré delimitando o terreno conquistado.

E como tem muito, muito jacarense oriundo de Padre Miguel o primeiro samba foi o da Mocidade



Desse mundo louco
De tudo um pouco
Eu vou levar, pra 2001
Avançar no tempo
E nas estrelas fazer meu Ziriguidum
(meu Ziriguidum)
Nos meus devaneios
Quero viajar
...
Quero ver no céu minha estrela brilhar
Escrever meus versos à luz do luar
Vou fazer todo o universo sambar
...
Quero ser a pioneira
A erguer minha bandeira (bis)
E plantar minha raiz

Coronel Ric passou em revista à tropa e autorizou o ínício dos trabalhos na voz de Clementina de Jesus





O enxadão da obra bateu onze hora
Vam s'embora, joão!
O enxadão da obra bateu onze hora
Vam s'embora, joão!
Que é que você troxe na marmita, Dito?
Troxe ovo frito, troxe ovo frito
E você beleza, o que é que você troxe?
Arroz com feijão e um torresmo à milanesa,
Da minha Tereza!


Missão dada, missão cumprida, assim falou Alexânia, a jacarense, dando ordem unida às panelas do bobó tendo Clara Nunes ao fundo

Panelas pŕa ninguẽm botar defeito

Terezinha mandou convidar
No domingo vai dar um jantar

A pinga vem do alambique
Valdomiro foi buscar
Terezinha na cozinha

No tempero tem salsa e tem cheiro
Cebolinha, tomate e limão
E tem alho, pimenta do reino



Nosso maestro jacarense Berg colocou tudo de música, do bom e melhor, dentro de uma caixa mágica que musicou Bob Marley, Caymmi, B.B. King e mais o que coube dentro da tal caixa


Com essa música toda a homenagem foi prestada à chefe da cozinha, nossa jacarense Sônia Balão.

Ouçamos pois Berg e Caymmi cantando para ensinar a mexer o bobó

...
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
..

Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais

Daí em diante foi só festa daquelas que unem geraldinos e arquibaldos




Ouço uma voz que me chama,
corre e vem ver
Essa mulher que chora!
Louca para mim voltar, ela está
Deixa o carnaval, passar!

O pagode de antigamente,
Mexe com a gente, traz recordação
Falo a verdade não minto,
tudo que sinto é inspiração
Quando o carnaval passar, meu cumpadre
eu vou dar um castigo nela
Pra aprender a não zombar,
respeitar um malandro da portela,
(eu ouço uma voz)

e carnavalescos culturais como Lula Dias, do samba da UNE e do Largo do machado mas não largo do copo.




Venha a mim, óh, música
Vem no ar
Ouve de onde estás a minha súplica
Que eu bem sei talvez não seja a única
Venha a mim, oh, música
Vem secar do povo as lágrimas
Que todos já so.....frem de......mais
E ajuda o mundo a viver em paz



A jacarense Vera, tendo um yelow man à cotée, fechou a festa com flores e sorrisos



e fez Noel cantar assim

O sol da Vila é triste
Samba não assiste
Porque a gente implora:
"Sol, pelo amor de Deus,
não vem agora
que as morenas
vão logo embora

Foto da Força Tarefa recém chegada dos esteites

Eta jacarezada ! Até a próxima !




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Jacaré supeita de Obama na espionagem que sumiu com as fotos e vazou o Bobó para a França


Vejam todos o que deu no Globo de hoje : "bobôs" chegam em bairros populares de Paris e provocam mudanças no estilo de vida da população"


Quem quiser, pode ouvir o momento do vazamento da receita do Bobó feita na escuta de Vila Isabel-Jacaré por Obama:

"Dans la file d’attente d’un cinéma alternatif, un bobo entame la conversation avec la jeune fille qui est devant lui."

E a danada da francesa que recebeu a receita vazada ainda cantou ao receber a encomenda:
 
Tem francesinha no salão
Tem francesinha no cordão
Ela é um sonho de mulher
Vem do folies bergères
Uh lá lá trés bien!
Maestro ataca o can can!



O assunto também foi tratado pela Folha de São Paulo dizendo para que não se  engane com o falso cognato "bobo". Bobô  sintetiza duas palavras e conceitos opostos -"bohemians" (boêmios) e "bourgeois" (burgueses)- e serve para identificar a nova classe alta norte-americana. 

Tá aí a prova que foram os Estados Unidos que escutaram e vazaram a receita lá p´ros caras do High Society.

E Louis Amstrong ironizou a mulher que foi receptora do furto que veio a se casar com um cara super quadrado.

In High So-, 
High So-ci-, 
High So-ci-ety.
 
To make him sadder, his former wife
begins tomorrow a brand-new life.
She started lately a new affair
And now the silly chick is gonna marry a square


Sherlock Holmes - assessor do Jacaré


De hoje até amanhã, trabalhando sem parar, uma delegação jacarense irá aos steites e à França para recuperar as fotos. 

Somente as fotos serão procuradas posto que a receita do bobó foi somente copiada e não levou o intangível mas sensível borogodó do Jacaré que é de Vila Isabel cantando assim

O que é que a baiana tem?
O que é que a baiana tem?
Tem torso de seda tem (tem)
Tem brinco de ouro tem (tem)
Corrente de ouro tem (tem)
Tem pano da Costa tem (tem)
Tem bata rendada tem (tem)
Pulseira de ouro tem (tem)
E tem saia engomada tem (tem)
Tem sandália enfeitada tem (tem)
E tem graça como ninguém...!


Valeu nação jacarense  ! 
assim falou Jacaré

domingo, 27 de outubro de 2013

Tem bumbum de fora pra chuchu, derretaram a taça, e o Bobó do Jacaré vai botar pra derreter, na festa beat Keroac - quem viver verá


A autora do bobó é boa na elaboração de esculturas de arte e as esculutras tratam de espalhar outras esculturas

E de Sônia fez-se o bobó e filhas

João do Vale, grande frequentador de Vila Isabel, no Bar do Velho Costa, reafirma : a mulher é a rainha da beleza

O homem é o rei doa animais
A mulher a rainha da beleza
Através da ciência tudo faz
Engrandece a terra e a natureza
Faz um ¨moio¨ de ferro avoar
Mata e cura a própria humanidade
Fala um lá da China num ciclone
E num bicho de nome telefone
Manda um outro no Brasil escutar
Mas tem coisa pequena nesse mundo
Que desafia a ciência de verdade

...

As fulô do Jacaré comandaram a orquestração do bobó e

As fulô do Jacaré

com os braços p'ra cima ganharam asas e foram voar no vento leste com a lua também de João 

Deu meia noite, a lua faz um claro
Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste
A aranha tece puxando o fio da teia
A ciência da abeia, da aranha e a minha
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, viu?
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, tá?
Muita gente desconhece

 fulôs na biritagem no Bar do Costa

A lua é clara, o sol tem rastro vermelho
É o lago um grande espelho onde os dois vão se mirar
Rosa amarela quando murcha perde o cheiro
O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro
É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar
Todo mundo quer cheirar, olará, viu?
Todo mundo quer cheirar
Todo mundo quer cheirar, olará, tá?
Todo mundo quer cheirar






E hoje é o dia do Bobó, os convites acabaram mas quem QUISER AINDA IR, É SÒ LIGAR PRUM JACARENSE QUE A GENTE DÀ UM JEITO,

mas não haverá venda na putaria, oh ! desculpe: na portaria.

com  bum bum de fora pra chuchu

Oh! Saudade, ô
Meu carnaval é você
Caprichosamente
Vamos reviver, vamos reviver...
"Saudadeando" o que sumiu no dia-a-dia
Na fantasia de um eterno folião
O bonde
O amolador de facas
O leite sem água
A gasolina barata
Aquela Seleção Nacional
E derreteram a taça na maior cara-de-pau

Beline com a taça que seria derretida
na maior cara de pau


Bota, bota, bota fogo nisso (bis)
A virgindade já levou sumiço
(Quero votar!)
Diretamente, o povo escolhia o presidente
Se comia mais feijão
Vovó botava a poupança no colchão
Hoje está tudo mudado
Tem muita gente no lugar errado
Onde andam vocês, ô ô ô
Antigos carnavais?
Os sambistas imortais
Bordados de poesia
Velhos tempos que não voltam mais
E no progresso da folia...
Tem bumbum de fora pra chuchu
Qualquer dia é todo mundo nu...



Uma quieta noite de outubro
        e esses malucos
Estão começando a discutir

Assim falou Kerouac ao trocar outono por outubro na barulheira do preparo do Bobó

Rock around the clock e outras delícias on the road : venir ici !

Ainsi parlait Jacaré


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

No Bobó do Jacaré não se deve por a cabeça no prato para comer nem colocar comida no bolso, assim falou Leonardo da Vinci


Leonardo da Vinci, personagem que esteve no nosso Bloco com ilustração linda feita pelo jacarense Luciano, além de artista foi mestre de banquetes  e escreveu um catálogo de regras de comportamento à mesa, a saber :

Foto real de Leonardo da Vinci, à mesa sem dedo no nariz

Convidado algum se deve sentar em cima da mesa, nem de costas, nem ao colo de outro comensal.
Nem deve pôr as pernas em cima da mesa.

Não deve pôr a cabeça em cima do prato para comer.
Não deve tirar comida do prato do vizinho, sem primeiro lhe pedir autorização.
Não deve retirar comida da mesa, colocando-a na bolsa ou na bota para consumo ulterior.
Não deve emitir ruídos resfolegantes ou dar cotoveladas.
Não deve meter o dedo no nariz ou no ouvido.
Não deve cantar, nem fazer discursos, nem proferir impropérios, e ainda menos lançar adivinhas lascivas quando a seu lado se encontrar uma dama.
Não deve conspirar à mesa .
Não deve fazer propostas obscenas aos pajens nem retoiçar com os corpos deles.
E se sentir necessidade de vomitar, que abandone a mesa.
Tal como se tiver de urinar



A pedidos, Jacaré chama ao palco Aretha Franklin para não tocar essa canção, mas ela cantou

Aretha e Ray Charles, assim se faz um bobó

Nesse tema, Noel Rosa disse que ele é quem manda na área cantando assim:

Pra que mentir se tu ainda não tens
Esse dom de saber iludir?
Pra quê?! Pra que mentir
Se não há necessidade de me trair?
Pra que mentir, se tu ainda não tens
A malícia de toda mulher?
Pra que mentir
se eu sei que gostas de outro
Que te diz que não te quer?
Pra que mentir
Tanto assim
Se tu sabes que eu sei
Que tu não gostas de mim?!
Se tu sabes que eu te quero
Apesar de ser traído
Pelo teu ódio sincero
Ou por teu amor fingido?!

E assim o dia da festa do Bobó vai chegando com música e festa pois na Vila é sempre assim:



E azarentos cinzentos peguntaram assim:

- E se chover ?

Emilinha respondeu:

Tomara que chova, oi
Três dias sem parar
A minha grande mágoa
É lá em casa não ter água
E eu preciso me lavar


De promessa eu ando cheia
Quando conto a minha vida ninguém quer acreditar
Trabalho não me cansa
O que me cansa é pensar
Que lá em casa não tem água nem pra cozinhar




E se um probleminha aparecer ?

Jacaré pediu a Afonso Romano de Santana responder :

A Tabacaria e vários poemas de Fernando Pessoa
          têm versos demais e muitos precisariam ser reescritos.

Trechos dos Cantares de Ezra Pound são prosaicos
           e a rigor incompreensíveis.

Manuel Bandeira  e Neruda tem alguns poemas, que façam-me o favor!

Os Lusíadas, às vezes, cansam,
quase viram prosa rimada,
tal como ocorre com  partes da Eneida, da Ilíada e da Odisseia.



Alguns quadros  e desenhos de  Picasso
          nem parecem feitos por um mestre.

Stravinsky às vezes aglutina sons demais em sua pauta
Mahler, como Brahms, faz  música, às vezes inteligente demais
e um dia, pasme! ouvi algo de Mozart que não me comoveu.

Até Bach tem composições de pura habilidade.

Não é possível acertar o alvo o tempo todo
como sabe qualquer atirador.

Por que não queres aceitar
a imperfeição do meu amor?



Mas se chover de novo ?

Outra pergunta chegou e Jack Kerouac, com um gole de Jack Deniel´s,  respondeu em haicai pop:

Terça feira - mais uma chuva
          gota de chuva
Do meu telhado

Decifrem os vos devoro, assim falaram Jacaré  e Esfinge


Quem não chegou até aqui foi devorado.



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Muito Prazer! Isabel de Bragança e Drumond Rosa da Silva, Mas Pode Me Chamar de Vila, assim falou Jacaré anunciando o bobó que virá



O bobó será cantado pelo povo jacarense vindo de bonde do João, o jacarense Guerreiro, que foi transformado em ônibus, pela bruxinha que era boa, a jacarense Alexânia, no entroncamento entra Cavalcanti e Pavuna



Pois é, nosso jacarense João, na sua cotidiana travessia da Vila à Nilópolis, deu uma paradinha em Cavalcanti e saiu a passear quando tropeçou num pé de licor que à cabeça lhe caiu. Pediu socorro e mandou essa obra prima p'ra o Jacaré:


Muito Prazer! Isabel de Bragança e Drumond Rosa da Silva, Mas Pode Me Chamar de Vila


Vou cantando...
Os meus encantos vou mostrar
Muito prazer, eu sou a musa, sou a fonte
Deixa meu feitiço te levar
Antes habitada pelos índios
E os jesuítas cultivaram a cana no meu chão
Era "Fazenda dos Macacos"
A preferida do Imperador desta nação
Também fui o dote de D.Pedro para duquesa
Com o progresso de Drumond
Ganhei cultura e requinte "à francesa"





"Peguei o bonde", "passei" no Boulevard
E a "Confiança" é doce recordar
"Os três apitos" cantados por Noel
Ainda ecoam pela Vila Isabel
Blocos, corsos, "lenhadores"...
Alegria dos meus carnavais
Embalei, os namorados
Na magia do amor formei casais
Em noites de festas, serestas, violões e "Os Tangarás"
Virei a predileta dos amantes e poetas
Gravados nas calçadas musicais

Zé Ferreira e Zé Ferreirinha

Desperta "Seu China"! Acorda "Noel"!
Pra ver a nossa escola desse branco azul do céu
E o "Zé Ferreira" (alô Martinho!)
Vem saudando a multidão
Pode me chamar de Vila
Que orgulho é o meu "Brazão"! Quem põe não tira
Nesta ceia popular
Sou do morro à nobreza
E de quem quiser amar

E a bela época de Carlos Machado vem também com a Vila de 79 saudar o Jacaré para a festa que se anuncia boa - ouvam Vila Isabel

 

Bela época
Com o luxo e a arte a sorrir
A malícia retratada
Na elegância do vestir
Eram festas
Cada show uma obra de amor
Era um festival de cores
E poesia, que esplendor!
Oba, oba, com o feitiço da Vila eu cheguei
Oba oba chegou o rei
Vim mostrar a alegria
Da boemia, cassinos e cafés
A mulata que fascina
Carnavais e cabarés
Lembro Noel, Chico e Lalá
Pierrôs e colombinas (bis)
E a platéia a delirar
...

Vedetes e cavalheiros, vinde ao bobó do Jacaré


e não percam!

Amanhã, apresentação da turma da cozinha do bobó de domingo