sábado, 4 de dezembro de 2010

Viva Noel, Viva Vila Isabel

Vila Isabel nos embala nas sonoridades que brotam das calçadas do Boulevard. Ao seu pé, à maneira dos portais de cidades medievais, o anfitrião recebe a todos que chegam. Ali sentado, em conversa de botequim, nosso poeta atesta a boêmia que nos encanta e que tem pulsação própria. Suas elásticas artérias acomodam-se à hipertensão de ritmos. Alma antropofágica,renova-se ao som de agogôs, pandeiros, cuícas e tamborins. Mais que centenária, conserva o brilho e o frescor das antigas musas de eternos carnavais. Vila Isabel pulsa samba. Samba que vem nos pés de anjos de rostos suados, calos nas mãos e nos dedos. Bairro de princesa e escravos libertos.
Vila que me acolhe; Vila de menestréis e de Noéis enfeitiçados; Vila flor de acetato, toda em tons azul e branco. Vila flor dos meus encantos. Vila que te quero Vila, muito mais Vila Isabel.

Carrancas e bichos vendem camisetas de Noel 100 anos

Como nos contos dos irmãos Grimm, a camiseta com a arte do Aleido foi de um tal sucesso que uma carranca vestiu-se com ela e saiu a vistar as casas de Vila Isabel no melhor estilo das festas dos Santos Reis. Não se assustem se receberem a visita da trupe.



Ainda temos algumas camisetas, que podem ser adquiridas a R$ 20,00 na banca do jornaleiro Vitor, na esquina do Jacaré.

E no dia 11 de dezembro:

Concentração musical e levagem da estátua de Noel às 17 horas

Caminhada musical saindo às 18 horas em direção à Abaeté com Torres Homem

Roda de samba choro na Abaeté com Torres Homem de 19 às 23 horas

Aqui uma paradinha pa pa para ra ouvir o Gago apaixonado


A festa de Noel contará ainda:

com a particpação Clovis e Mácia Bulcão, autores do livro "Noel, o menino da Vila", que farão uma apresentação teatro-musical na programação da Roda de Samba Choro


Já confirmaram presença na festa representantes com sua alegorias os blocos: Carmelitas, Frevo Prato Misterioso Rio, Barangal, Seu lagarto mama, Mulheres da Vila...


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Alegoria coletiva na sexta feira às 20:30

Para a festa de 11 de dezembro, pra lá de confirmada Jacaré lembra:

Concentração musical e levagem da estátua de Noel às 17 horas

Caminhada musical saindo às 18 horas em direção à Abaeté com Torres Homem

Roda de samba choro na Abaeté com Torres Homem de 19 às 23 horas


E Jacaré, que é uma construção coletiva, anuncia e convida:

CONSTRUÇÂO DA ALEGORIA DE NOEL ROSA 100
SEXTA FEIRA - 3 DE DEZEMBRO às 20 horas 19 minutos e 13 segundos na esquina

Homem da Meia Noite em isopor - Olinda

Os que lá estiverem presentes e desejarem participar construirão a alegoria de Noel para a festa. A atividade será coordenada por nossa Nilma, Diretora de Alegorias do Bloco.

Quem quiser ir aprendendo a fazer boneco com isopor, é só visitar essa aula


Tem mais, apresentaremos a camiseta para a festa com homenagem ao Grande Cartunista Aliedo, autor da obra



Vamos lá, que a festa tá chegando

Aqui Jacaré é solidário com a amiga Leila cantando Diana de Toninho Horta


Velha amiga
Eu volto à nossa casa
Já não te encontro alegre
Quase humana

Corpo pintado
De branco e marrom
Diana, Diana Diana, Diana, Diana, Diana, Dianá,

sábado, 27 de novembro de 2010

A arte da camiseta dos 100 anos de Noel

Já está pronta,linda e retocada a arte da Camiseta e do Abre Alas dos 1000 anos de Noel Rosa e o cartunista Aliedo assina a obra.

Aliedo - sentado, de camiseta cinza decotada, no Bar de Serginho em Santa Tereza, sede alcoólica do Carmelitas.
Quem quiser comprar a camiseta na modalidade "um adianto para ajudar o Bloco" é só fazer contato com Jacaré.

Concha, mas de orelha;
Água, mas de lágrima;
Ar com sentimento. - Brisa, viração
Da asa de uma abelha.

Manoel Bandeira, sobre a poesia de Cecília Meireles


De Santa Tereza, uma delegação seguiu para o Mercado São Pedro em Niterói para pedir apoio do Santo, mas essa delegação composta por Luciano e Chazinho parou no boteco do segundo andar e juntou Fla-Flu na cerveja, a água benta do carnaval
Na Odisséia organizante da Festa, Jacaré foi a padaria esticar uma faixa e abraçou Loureiro e Carlos - figuras das boas da esquina.

Retrato Antigo
Helena Kolody 1988

Quem é essa
que me olha
de tão longe,
com olhos que foram meus?


Com a faixa em homenagem aos 100 anos da Revolta da Chibata esticada
Jacaré foi ao Bar Gato de Botas e lá cutiu o charme da Sonia Pardal acompnhada do Cândido ídem
Nesse momento, em bequegraunde, Aracy de Almeida polemizou com Wilson Batista no bate boca com Noel na lindeza do Lenço no pescoço e outras mais de ambos

Essa briga musical de Noel com Wilson Batista está relatada nas páginas do Blogmusic e Mercado de Pulgas

domingo, 21 de novembro de 2010

Jacaré, de Newcastle à Baia de Guanabara

Dando os trâmites por iniciados, Jacaré lembra que hoje às 20 horas haverá bate papo de organização da festa dos 100 anos de Noel com penduração de faixa no portal da padaria

Quem pensou que Jacaré esteve de folga errou pois nosso bravo acaba de chegar de Newcastle onde foi conhecer a preparação da revolta da Chibata, que amanhã, 22 de novembro, eclodirá com o Almirante Negro, João Cândido, liderando a sublevação contra os maus tratos à marujada.

Em sua viagem Jacaré não publicou a homenagem a Zumbi e ao Dia da Consciência Negra festejada pela nação jacarense na Kizomba do Jacaré em Rio das Ostras by Marcela e Aldo, nem convidou para exposição virtual Negracor de nosso Berg em Ipanema com suas fotografias delirantes.

Comecemos esse domingo então com Navio Negreiro de Castro Alves, declamado por Paulo Autran, com cenas de Amistad (Steven Spielberg) para ver, ouvir e chorar


Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
...

E mesmo com a Abolição da escravatura os porões dos navios de guerra continuaram como os porões dos navios negrereiros até a VITÓRIA da revolta do Almirante Negro

Os marujos brasileiros enviados à Inglaterra para receber o encouraçado Minas Gerais e voltaram preparados para a revolta a partir da organização dos marinheiros ingleses e João Cândido formou clandestinamente um Comitê Geral para organizar a vitoriosa revolta assim cantada por Aldir Blanc e João Bosco e pintada pelas curvas traçadas do Lan


O Mestre-Sala Dos Mares
Elis Regina
Composição: João Bosco/Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então
Glória aos piratas Às mulatas, às sereias
Glória à farofa cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história não esquecemos jamais

Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais


Daí a Vila Cantou Kizomba

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Non, je ne regrette rien - assim falou Jacaré

Romântico e cantântico, Jacaré de nada se arrepende com Cássia Eller

Non, rien de rien, non, je ne regrette rien,
C'est payé, balayé, oublié, je me fous du passé.

Avec mes souvenirs, j'ai allumé le feu.
Mes chagrins mes plaisirs, je n'ai plus besoin d'eux.

Balayés mes amours, avec leurs trémolos.
Balayés pour toujours je repars à zéro...


com Edith Piaf

Não, nada de nada... Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido Não me importa o passado!

Com minhas lembranças Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres Não preciso mais deles!

Varridos os amores E todos os seus tremores
Varridos para sempre Recomeço do zero.

E o recital termina em samba com o poeta da Vila alertando que o samba não tem tradução no idioma francês com João Nogueira


O cinema falado é o grande culpado da transformação
Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez
Lá no morro, seu eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote
Na gafieira dançar o Fox-Trote
Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone..

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Jacaré republicano do hino à Imperatriz

( a festa de Noel de 11 dezembro tá ficando é boa... p'ra saber é dar uma chegadinha agora na esquina)


Jacaré canta hino também - a república é uma conquista democrática mesmo que instaurada no nosso país pelos militares mais linha dura que o imperador mas de la prá cá tudo se transformou:

Cantemos o hino da república

Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós:

Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade

Em 1989, a Imperatriz Leopoldinense saudou o centário da república assim

Samba Enredo 1989
G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense (RJ)
Composição: Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir


LIBERDADE, LIBERDADE! ABRE AS ASAS SOBRE NÓS!

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz, mas eu digo que vem
Vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria mãe querida
O império decadente, muito rico incoerente
Era fidalguia e por isso que surgem
Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem, no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão, vem viver
Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí e da guerra
Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu, de cultura o Brasil
A música encanta, e o povo canta assim e da princesa
Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina
Negro dançou, comemorou, o fim da sina
Na noite quinze e reluzente
Com a bravura, finalmente
O Marechal que proclamou foi presidente
Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz,
Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade