sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Jacaré mostra que seu diálogo com o Padroeiro é de verdade (segundo clichê)

pois eu e tu têm a mesma dimensão e não há existência sem comunicação e diálogo, assim falou Martin Buber

o Padroeiro mostra sua existência e relação com o Jacaré nos jornais, como deu no Globo Tijuca:

Um carnaval em Vila Isabel para celebrar o padroeiro


Samba Choro em homenagem a São Sebastião
Sábado - 21 de janeiro de 19 às 23 horas
na esquina do Jacaré


Tia Maria na foto do jacarense Berg Silva

Deu também no Extra assinada por Érica Magni

e o enredo se abrilhanta mais com Vó Maria em
“Maria, Maria, a sabedoria do carnaval”


Assim, essa sexta feira treze é de alegria no Jacaré com Saci Pererê do nosso lado : nessa avenida colorida, a Portela faz no carnaval ...

Lendas e mistérios da Amazônia
Cantamos neste samba original
Dizem que os astros se amaram
E não puderam se casar

A lua apaixonada chorou tanto
E do seu pranto nasceu o rio-mar

Ô skindô lalá,
Ô skindô lelê,
Olha só quem vem lá
É o saci pererê

Jacaré, chegando à Amazônia pegou logo num lundu, que veio de Angola para Belém, chorado de autoria de Nei Lopes

Sinhá na rede dormindo
Duas mucamas ao lado
Cena de um tempo passado
Que outro poeta escreveu
Em meio ao sono a senhora
Vai toda se amolengando
Está, por certo, sonhando
Com certo alguém que sou eu

Eu não sou ralador
Para o coco ralar
Não sou de salvador
Nem belém do pará
Meu claro senhor
Olhe sua sinhá
Ta me olhando com dengo
Para me enfeitiçar
...

e um tacacá p´ra repousar ao fim da tarde em Belém


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Jacaré, louco, dança o lundu com Cauby à espera do padroeiro

Samba Choro em homenagem a São Sebastião

Sábado - 21 de janeiro
de 19 às 23 horas
na esquina do Jacaré

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Jacaré recebeu da jacarense Rachel um presente de reis magos com o Louco de Kahlil Gibran

"Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:

Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: Ladrões, ladrões, malditos ladrões!
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: É um louco! Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.



Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!

Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."


Da jacarense Leila veio a sugestão do Jacaré dançar um lundu e para entender melhor essa dança de Angola, Jacaré foi à Mocidade Independente em 1972 e saiu cantando a Rainha Mestiça em tempo de lundu de Jurandir Melo e Serafim Adriano


Oi, que dança boa
Para se dançar
Dava um negócio no corpo
Ninguém conseguia parar

Vamos falar de nossa história
Lembrando o Brasil imperial
Exaltando a rainha mestiça
Neste carnaval
Vamos falar dos bantos
Que para alegria geral
Trouxeram de Angola
O lundu para alegrar o pessoal



Saiu da senzala
Entrou nos salões
Para alegria de todos os corações

Os violeiros tocavam a melodia
Iaiá dançava, sinhá sorria
A rainha desfilava
Airosa como a palmeira
Ao som da melodia
A tristeza da senzala
O escravo esquecia
Cantando o lundu
Dançando o lundu
E tudo terminava em alegria

e p´ra que toda essa loucura não o faça um molambo qualquer, Jacaré canta com Cauby Peixoto




Eu sei que vocês vão dizer
Que é tudo mentira, que não pode ser
Que depois de tudo o que ele me fez
Eu jamais deveria aceitá-lo outra vez
Eu sei que assim procedendo
Me exponho ao desprezo de todos vocês
Lamento, mas fiquem sabendo
Que ele voltou e comigo ficou
Ficou pra matar a saudade
A tremenda saudade que não me deixou
Que não me deu sossego um momento sequer
Desde o dia em que ele me abandonou
Ficou pra impedir que a loucura
Fizesse de mim um molambo qualquer
Ficou desta vez para sempre
Se Deus quiser...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tia e Vó Maria amanhã na foto com Jacaré

Amanhã quarta feira, dia 11 de janeiro, às 17:30 no Bar co Costa com a lente mágica e acurada do jacarense Berg serão feitas fotos com nossas homenageadas nesse Carnaval.



Vamos lá.

E nessa festa que se anuncia, a jacarense Leila Sales pintou a tela do Jacaré com esse fragmento de uma poesia de Adélia Prado:

A cigarra atrela as patas
é no meu coração.
O que ela fica gritando eu não entendo,
sei que é pura esperança.



e pedindo Licença Poética, Adéila Prado declama:

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.



Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Por que Cortazar entrou na página?

- Porque Jacaré diz: não há trombeta melhor que o sax de Charlie Parker, é só ouvir

domingo, 8 de janeiro de 2012

Maria – Maria, a Sabedoria do Carnaval, assim falou Jacaré

Ano passado, Eu sou eu, jacaré é bicho d'água teve Nelson Sargento como tema do nosso carnaval, esse ano será a vez de Vó Maria e nessa foto os dois juram de coração um beijo puro cantando Sinhô


Jura
Jura, jura pelo Senhor
Jura,
Pela imagem da Santa Cruz do Redentor
Pra ter valor
A tua jura,
Jura, jura de coração
Para que um dia
Eu possa dar-te o meu amor
Sem mais pensar na ilusão
Daí então dar-te eu irei
Um beijo puro na catedral do amor
Dos sonhos meus,
Bem juntos aos teus
Para fugir das aflições da dor

Nosso carnaval de 2012 traz mais Maria ainda que é Tia Maria que avisa : cuidado com o Caxinguelê


Ah! Eu fui no mato...
eu fui cortar cipó..
Ah! Eu vi um bicho...
esse bicho era caxinguelê

Eu panhei o côco,
caxinguelê tá me olhando.
Eu levei o côco,
caxinguelê tá me olhando,
Eu parti o côco,
caxinguelê tá me olhando.
Eu comi o côco,
caxinguelê tá me olhando.
Fiz pudim de côco,
caxinguelê tá me olhando.
Bolo de côco,
caxinguelê tá me olhando.
Pois é samba e jongo: Maria e Maria, Beleza e Beleza, Ritmo e Ritmo, Voz e Voz, Dança e Dança, Àfrica e África, Tambor e Tambor, Caxambu e Caxambu...

isso tudo será o carnaval do Eu sou eu, jacaré é bicho d'água.

Maria – Maria, a Sabedoria do Carnaval


Com todos nós em Vila Isabel, assim falou Elis com todo o balanço:

Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

sábado, 7 de janeiro de 2012

Hoje é dia de Santo Reis, assim falou Jacaré


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Samba Choro em homenagem a São Sebastião

Sábado - 21 de janeiro
de 19 às 23 horas
na esquina do Jacaré

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uma poesia de Joaquim Cardozo Campos - 1942


Está chovendo sobre o mundo, Mariana.
Todas as portas se fecharam.
Todas as luzes se apagaram.
Todas as vidas se abismaram.
Está chovendo sobre o mundo.
Estou só, sem destino e sem abrigo.
Vejo a noite descer, cada vez mais negra, sobre a minha cabeça,
Sinto a água correr, cada vez mais fria, ao longo do meu corpo.
Como está chovendo sobre o mundo!
Onde estás? Onde estás, Mariana?
Quero te ver, quero te achar, quero te conhecer,
Quero que estejas perto de mim, Mariana,
Quando a luz surgir de novo, quando amanhecer,
E o primeiro sol nascer
Sobre o dilúvio.
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Jacaré ontem estve envolvido com mirra, incesso e ouro e por isso somente hoje faz a festa de Santo Reis convocada pelas jacarenses Sheila, Sônia e Rachel com romã na vodcka russa e dizem o Cossaco veio à festa, a conferir

primeiro veio Tim Maia

Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquecido
Mas é o dia da festa
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquisito
Mas é o dia da festa
De Santo Reis...

Eles chegam tocando
Sanfona e violão
Os pandeiros de fita
Carregam sempre na mão
Eles vão levando
Levando o que pode


Se deixar com eles
Eles levam até os bodes...

É os bodes da gente
É os bodes, mééé
É os bodes da gente
É os bodes, mééé...

Depois Gonzagão trouxe o Cossaco p'ra dançar pagode russo

Ontem eu sonhei que estava em Moscou
Dançando pagode russo na boate Cossacou
Parecia até um frevo naquele cai e não cai
Parecia até um frevo naquele vai e não vai
Vem cá cossaco, cossaco dança agora
Na dança do cossaco, não fica cossaco fora

Não foi à toa que nossa reportagem apontava que Jacaré passaria por Recife atrás de uma holandesinha, pois não é que Luiz Gonzaga trouxe a notícia na cifra de um frevo



Dá-lhe Capiba no Trombone de Prata

Ouvi dizer que o mundo vai-se acabar,
Que tudo vai pra cucuia,
O sol não mais brilhará.
Mas se me derem
Um bombo e uma mulata,
E um trombone de prata,
O frevo bom viverá.
Pode acabar a vergonha,
Pode acabar o petróleo
Pode acabar tudo enfim,
Mas deixem o frevo pra mim.



e ao cair da noite ouviu-se da holandesa para o Jacaré cheio de gáudio pois não existe pecado do lado de baixo do Equador

Deixa a tristeza prá lá
Vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru
Tucupi, tacacá
Vê se me esgota
Me bota na mesa
Que a tua holandesa
Não pode esperar...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Jacare não é calvinista, pois é laico, mas não expulsa francesinha

Ainda há lugares para a festa do Jacaré em homenagem a São Sebastião

Sábado - 21 de janeiro
de 19 às 23 horas
Roda de Samba Choro

Camisetas à venda na banca do Vitor

os lugares disponíveis são Bar do Costa, Boêmios da Vila, Adega Abaeté e Bar Vilarejo

cerveja, animação e boa música não faltarão

Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses e mamelucos lutando contra os franceses calvinistas.


Polêmico, Jacaré contesta essa versão pois nosso padroeiro não pegaria na espada para banir as francesinhas e, prova disso, é a francesinha no salão até hoje bincando o carnaval na voz de Emilinha Borba e que se juntou com a mulata bossa nova, com a canoa quase virando, com os namorados na rua em bandos...



Tem francesinha no salãoo
Tem francesinha no cordão
Ela é um sonho de mulher
Vem do folies bergères
Uh lá lá trés bien!
Maestro ataca o can can!

Encerramos nossa reportagem nesse momento devido a essa mensagem recebida do jacarense João Guerreiro:


Terça feira, 3 de janeiro de 2012

Chuva leva jacaré de 1,4 m para quintal de casa em Manaus

Descendo o Amazonas em direção à Vila Isabel, lá vem o Jacaré..."

Perdemos até a cor e saimos em busca da chegada do jacaré, se ele não se perder com a holandesas em Recife vendo o boi voar





Noel Rosa e Tom Jobim - assim Jacaré abre o ano

Tudo é o acaso consrtuído cuidadosamente por um, por outro e por todos desse mundo louco de tudo um pouco vou levar p'ra depois de 2001 a espera do expresso 2222 que partiu direto de Bonsucesso p'ra depois do ano 2000... e assim vai até que...

... em primeiro de janeiro de 2012, Jacaré com Xangô da Mangueira abre o jornal da manhã p'ra saber das novidades e lê:


"o mesmo parteiro que trouxe Tom trouxe Noel Rosa", assim falou Helena Jobim - nao por acaso, a única música do filme não composta pelo maestro é Três Apitos"

Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
Ou está interessada
Em fingir que não me vê


Mas você é mesmo artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você

Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto ao piano
Estes versos pra você


Jacaré está falando do filme de Nelson Pereira dos Santos que se chamará a Luz do Tom

Copiado da Página do Luiz Nassif

mas a foto aí de cima é referência a outra película, também de Nelson Perreira dos Santos, A música segundo Tom com Gal cantando Se todos fossem iguais a você.

Memória
Carlos Drummond de Andrade

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.