Jacaré recebe poesia de Ferreira Goulart musicada pelo jacarense Luciano Macedo
mas a música está guardada numa caixa que de tanto não abrir já deu teia e de lá saiu uma aranha que não se penteia
Sergio Rosa, dos poetas malditos sacou essa : "Para estar com Baudelaire, vai uma boemia do maldito Rimbaud."
Minha Boêmia - Fantasia
Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!
O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.
Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;
Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!
Você é seu corpo, sua voz, seu osso
Você é seu cheiro e o cheiro do outro
O prazer do beijo, você é seu gozo
O que vai morrer, quando o corpo morra.
Mas é também
Aquela alegria
Verso, melodia
Que intangível adeja acima
Do que a morte beija
mas a música está guardada numa caixa que de tanto não abrir já deu teia e de lá saiu uma aranha que não se penteia
Sergio Rosa, dos poetas malditos sacou essa : "Para estar com Baudelaire, vai uma boemia do maldito Rimbaud."
Minha Boêmia - Fantasia
Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!
O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.
Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;
Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!
A jacarense Leila Sales de Vinicius veio, lembrando que são demais os perigos dessa vida:
Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranqüilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...
e lá vou eu, como é duro trabalhar , melhor é a Belle de Jour na Boa Viagem
Da Boa Viagem pode-se seguir para um passeio em Olinda com paz dos mosteiros da Ìndia.
ResponderExcluirAssinado
Um Olidense apaixonado pelas troças, por Bajado e pela Bodega do Véio.
Eu adoro Olinda, fui em 2008 mas vacilei, tomei cerveja na rua do Sol e passei rapidinho nos quatro cantos.
ResponderExcluirNão fui à Bodega do Véio, mas comprei uma xilogravura linda no mercado São José em Recife que reproduz uma cena do próprio Véio atendendo no balcão. E quase sempre olho pra ela e digo: me aguarde Bodega, que vou voltar!
Leila Sales.