quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Problemas com os camelos no sertão fazem Jacaré sobrestar o almoço árabe - não será mais no domingo 25 de janeiro.


Todas as epeciarias que viriam para a festa-almoço cairam nas areias do sertão cearense, por atentado, acidente ou gingado.

Vendo a dura cena, a Imperatriz Leopoldinense assim cantou:
                            
Balançou, não deu certo não
Pois não passou de ilusão
Eles trouxeram o balanço do deserto
Mas não é o gingado certo
Pra cruzar o nosso chão



Embalada pelo lindo samba, a Imperatriz assim dançou para alegrar o Jacaré:

Ecoam pelo ar
Estórias de tesouros escondidos
Sou poeta da canção
E embarco nesse sonho encantado
Vou com destino ao Ceará
Em busca de um novo Eldorado



Como o camelo tombou na areia, Jacaré entrou no barato e o samba seguiu no Canto de Areia

Não sei se é conto de areia
Ou se é fantasia
Que a luz da candeia alumia
Pra gente contar

Um dia morena enfeitada
De rosas e rendas
Abriu seu sorriso de moça
E pediu pra dançar

A noite emprestou as estrelas
Bordadas de prata
E as águas de Amaralina
Eram gotas de luar.

Calmamente, à espera de outras notícias, Jacaré abre um livro de Fernando Pessoa e recita intimamante

No baile em que dançam todos
Alguém fica sem dançar.
Melhor é não ir ao baile
Do que estar lá sem estar.



Cantigas de portugueses
São como barcos no mar —
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.

A caixa que não tem tampa
Fica sempre destapada
Dá-me um sorriso dos teus
Porque não quero mais nada.

No baile em que dançam todos
Alguém fica sem dançar.
Melhor é não ir ao baile
Do que estar lá sem estar.


Vale a pena ser discreto?
Não sei bem se vale a pena.
O melhor é estar quieto
E ter a cara serena.


Tenho um relógio parado
Por onde sempre me guio.
O relógio é emprestado
E tem as horas a fio.


Aquela senhora velha
Que fala com tão bom modo
Parece ser uma abelha
Que nos diz: "Não incomodo".


Não digas mal de ninguém,
Que é de ti que dizes mal.
Quando dizes mal de alguém
Tudo no mundo é igual.


Quando vieste da festa,
Vinhas cansada e contente.
A minha pergunta é esta:
Foi da festa ou foi da gente?


Tenho uma pena que escreve
Aquilo que eu sempre sinta.
Se é mentira, escreve leve.
Se é verdade, não tem tinta.


Deixaste cair a liga
Porque não estava apertada...
Por muito que a gente diga
A gente nunca diz nada.


Não há verdade na vida
Que se não diga a mentir.
Há quem apresse a subida
Para descer a sorrir.


Santo Antônio de Lisboa
Era um grande pregador
Mas é por ser Santo Antônio
Que as moças lhe têm amor.


Tem um decote pequeno,
Um ar modesto e tranqüilo;
Mas vá-se lá descobrir
Coisa pior do que aquilo!


Aquela loura de preto
Com uma flor branca no peito,
É o retrato completo
De como alguém é perfeito.


No aguardo de novas notícias do comando geral

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