Quando Adamastor vem na sua Galera a remos, Cecilia vem lhe soprando aos ouvidos:
Na canção que vai ficando
já não vai ficando nada:
é menos do que o perfume
de uma rosa desfolhada.
Os remos batem nas águas:
tem de ferir, para andar.
As águas vão consentindo
esse é o destino do mar.
Passarinho ambicioso
fez nas nuvens o seu ninho.
Quando as nuvens forem chuva,
pobre de ti, passarinho.
O vento do mês de agosto
leva as folhas pelo chão;
só não toca no teu rosto
que está no meu coração.
Os ramos passam de leve
na face da noite azul.
É assim que os ninhos aprendem
que a vida tem norte e sul.
A cantiga que eu cantava,
por ser cantada morreu.
Nunca hei de dizer o nome
Daquilo que há de ser meu.
Ao lado da minha casa
morre o sol e nasce o vento.
O vento me traz o seu nome,
leva o sol meu pensamento.
E, como todos sabem, Adamastor, o navio, não pode navegar por satélite posto que em 1900 não havia equipamento para esse tipo de navegação. Uns afoitos dirão:
- Faça navegação combinando radar e estimada.
Mas radar também não tem, isso só veio a ser usado na segunda guerra.
Bem, Jacaré a ensinar navegação astrono-mitológica diz que se Adamastor se deparar com Netuno, é bom fazer uma guinada de mais de noventa graus a bombordo pois Vila Isabel fica no hemisfério Sul, Netuno guarda a linha do Equador e dali p'ra frente, se passar, é Norte. Por via de dúvidas, esse é Netuno - fuja dele, Adamastor. E se ficares tentado com as sereias, lance mão dos conhecimentos do Ulisses e se amarre no mastro senão serás comido.
Lançando mão da carta náutica enviada ao Jacaré por Pedro Álvares Cabral: deve-se navegar no rumo leste, de lá p'ra cá, ou seja quando o sol nascer, siga naquela direção. No crepúsculo vespertino, o sol precisa estar morrendo pela popa do Adamastor, navio, e a Estrela Dalva na proa. Então, Adamastor, o navegador, aponte a proa para Dalva, pois chegarás em Vila Isabel em breve e serás recebido com uma deliciosa macarronada.
Como anunciou Lamartine Babo, na viagem haverá tormentas pois o Batalhão Naval atacará Vasco da Gama ligado a Adamastor pelo Convênio com Camões
O teu cabelo não nega, mulata,
Porque és mulata na cor,
Mas como a cor não pega, mulata,
Mulata eu quero o teu amor.
Tens um sabor bem do Brasil;
Tens a alma cor de anil;
Mulata, mulatinha, meu amor,
Fui nomeado teu tenente interventor.
Quem te inventou, meu pancadão
Teve uma consagração.
A lua te invejando faz careta,
Porque, mulata tu não és deste planeta.
Quando, meu bem, vieste à Terra,
Portugal declarou guerra.
A concorrência então foi colossal:
Vasco da Gama contra o batalhão naval.
Novamente eu sou esquecida por vocês que śo falam do Adamastor. E eu quem sou?
ResponderExcluir- Lixo?
Se não me tratarem bem papai Zeus mandará chuva na festa.
Ainda é tempo, pensem.
Thetis, a Nereida
Agradeço ao Jacaré pela ajuda a formar esquadra rumo à Vila Isabel e adianto os planos de sair das Tormentas no próximo śabado, 28 de agosto.
ResponderExcluirO velho Adamastor navega a 10 nós e com a distância de 3800 milhas, o tempo a ser navegado será de 16 dias.
Considerando alguns retardos pelas condições do mar, estou dando quatro dias de folga ficando o ETA para às 09 horas de 14 de setembro.
Os dois dias que antecedem a festa os passarei com Luz del Fuego, na Ilha do Sol.
Cordiais saudações
Adamastor das Tormentas