terça-feira, 14 de junho de 2011

Mais do Arraiá do paudipé - 18 de junho

Todo mundo sabe mas não custa repetir:

O forró será no sábado, 18 de junho, a partir das 18 horas, a céu aberto na Visconde de Abaeté com Torres Homem.

E tudo juntinho assim, com Fred Sanfoneiro, Patrícia Ferrer, Quadrilha Flor do Lírio, canjica e quentão, como na Feira de Mangaio:



Ontem, dia do nascimento de Fernando Pessoa, Jacaré recebeu a mensagem a abaixo:

"Editoria do Jacare. Imperdoável, hoje marca a data de nascimento de Fernando Pessoa e nosso Bloco nada recitou. Alô Marcelinho e Aldo - poetas da Vila e da vida!

Mando uns fragmentos da Tabacaria e apelo ao Jacaré uma de Fernando Pessoa que fale da África, onde sou pedra.

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Cordiais zangadas saudações

Adamastor das Tormentas"



Jacaré lamenta pois não encontrou poesia de Fernando Pessoa falando da África, onde morou, mas, sem pretender se rediimir, Jacaré divulga o endereço da casa Fernando Pessoa em Lisboa: Rua Coelho da Rocha 16-18 Lisboa



A tarde vulga e cheia

A tarde vulgar e cheia
De gente que anda na rua,
Escurece, azul e alheia,
E a brisa nova flutua.

Havia verão com o dia,
Mas agora, Deus louvado,
Primaverou de outonia
Sob o largo céu parado.

Palavras! Nenhuma cor,
Que o céu finge, ou bisa aqui,
Torna real esta dor
Que tive porque a senti.
4 - 9 - 1930

In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005

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