sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bailarina

Essa matéria é melhor clicando na aba esquerda do seu rato e acompanhada ao som de Jhonny Alf e Alaide Costa em Ilusão à toa

Na festa da primavera com uma reverence saudou-se o Bloco Mulheres da Vila
Com uma bailarina, jacaré saúda a dança



De passo marcado

Ou reverência na irreverência de Isadora Duncan


Nessa viagem, Fernando Pessoa mandou flores

e poesia

Quando Vier a Primavera
Alberto Caieiro


Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

4 comentários:

  1. Para ouvir Paulinho Soares, grande compositor, contador de piadas e com habilidade nas palavras. Me deu saudades do Paulinho e quem quiser compartilhar aqui está http://www.youtube.com/watch?v=dWTni_AdHIU

    Sergio Rosa


    Antes ele do que eu
    Paulinho Soares

    Morreu
    O nosso amor morreu
    Mas cá pra nós
    Antes ele do que eu
    Nosso amor não resistiu
    Aos assédios da traição
    Lá um dia ele ruiu
    Mas deixou uma lição
    Que as pessoas tem seus preços
    Tabelados por seus atos
    Para mim você foi Judas
    Pra você eu fui Pilatos
    (Ele morreu)
    Morreu../..
    Nosso amor enfraquecido
    Já não suportou a dor
    Ele andava mal nutrido
    De carinho e de calor
    E foi definhando aos poucos
    E ninguém mais agüentava
    Era sol da meia-noite
    Que nascia e não esquentava
    (Ele morreu)
    Nosso amor que foi tecido
    Nos teares da ilusão
    Desbotou, ficou poído
    Já não tem mais solução
    Não há pano pro remendo
    Nem há linha pro arremate
    Inda mais que o destino
    Nunca foi bom alfaiate
    (Ele morreu)

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  2. Caro mortal Sergio

    Ao ouvir o Antes ele do que eu. procurei nos alfarrábios o Medo. Cesar Costa Filho, para ouvir e cantar baixinho.
    http://www.youtube.com/watch?v=aYCJSRmpoVk

    Adamastor das Tormentas

    Medo
    Cesar Costa Filho


    Além da razão
    Se prende o olhar
    Na dança desigual
    Das grandes sombras na parede
    Formando o medo por você
    Você já dormiu
    E esse lugar
    Não reconheço mais
    As sombras formam longos braços
    Se debruçando sobre nós
    Tentei ligar o rádio

    Mas não pude ouvir direito
    Nem os jornais diziam nada
    Pra justificar
    As transformações
    Que nos fazem ter
    O medo enorme
    Cada vez que você dorme
    E não possa despertar
    Lá, la, ra, ra, lá la la ra ra
    Lá ra la ra la ra la ra...

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  3. Se a bailarina visse e ouvisse tanta poesia, talvez desistisse de saber para que lado gira.

    Leila Sales.

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  4. Esqueci de dizer também que, os bichos, a natureza e a poesia, nos dão flores que nunca murcham, pois são feitas do olor do tempo.
    Leila Sales.

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