quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Jacaré, filiado ao Folia Carioca reclama

"É isso. A liberação para o carnaval 2011 é uma maluquice. A Nivea foi
na Subprefeitura e cadastrou-nos como solicitado. Nesta última 6ª
feira estive na Riotur para preencher o formulário e me avisaram que,
a partir do dia 30 de outubro, eles entram em contato para dizer se
temos a licença prévia. Com a licença na mão muda tudo em relação ao
carnaval deste ano: temos que ir à Subprefeitura, RA, BPM, Corpo de
Bombeiros, Comlurb, CET-RIO, Polícia Civil e depois de toda esta
documentação na mão, damos entrada novamente na Riotur!!!!
A grita das associações é para retornar aos procedimentos de 2009:
entrada do pedido na Riotur e esta providencia o restante.
O secretário de Turismo deu uma declaração na 6ª dizendo que iria
rever o procedimento. Vamos ver...
Beijos,

João Guerreiro
Coordenação do Jacaré"

Matéria do Globo


RIO - As novas normas da Riotur para autorizar o desfile dos blocos no carnaval 2011 não estão agradando os representantes das duas associações que representam os blocos da Zona Sul e do Centro. A Folia Carioca e a Sebastiana reclamam que a Secretaria Especial de Turismo não está mais centralizando o processo, como ocorreu em 2009, o que obriga os blocos a procurarem vários órgãos da prefeitura, como a Comlurb e a CET-Rio, além da própria Riotur. Apesar das reclamações, até quinta-feira, véspera do fim do prazo para os pedidos de autorização, 350 blocos já pediram autorização para desfilar.

Mudam-se os blocos, mas a reclamação é a mesma. O presidente da Folia Carioca (Associação Carioca de Blocos e Bandas), Ricardo Rabelo, conta que foi até a Comlurb com um pedido de autorização como manda as novas regras, mas ninguém soube atendê-lo.

Como outubro está chegando e a tentativa de americanizar o mês nos ronda, Jacaré, na melhor prática antropofágica, lança Cinderela com abóbora lendo os Irmãos Grimm

Disseram Que Eu Voltei Americanizada
Carmen Miranda
Luis Peixoto e Vicente Paiva


Me disseram que eu voltei americanizada.
Com o burro do dinheiro.
Que estou muito rica.
Que não suporto mais o breque do pandeiro.
E fico arrepiada ouvindo uma cuíca.
Disseram que com as mãos.
Estou preocupada.
E corre por aí.
Que eu sei certo zum zum.
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada.
E dos balangandans já "nem" existe mais nenhum.

Mas pra cima de mim, pra que tanto veneno.
Eu posso lá ficar americanizada.
Eu que nasci com o samba e vivo no sereno.
Topando a noite inteira a velha batucada.
Nas rodas de malandro minhas preferidas.
Eu digo mesmo eu te amo, e nunca I love you.
Enquanto houver Brasil.
Na hora da comidas.
Eu sou do camarão ensopadinho com chuchu

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

28 de setembro, o nome da rua e nada mais


Essa Vila Isabel foi fundada em 3 de janeiro 1872 e o dia 28 de setembro é o da lei do ventre livre

e para começar a falar na abolição, Jacaré pede licença à Clementina de Jesus



e Jacaré ouve essa preciosa musica e voz


Unidos de Lucas (Jacaré não encontrou vídeo ou som )
Enredo: História do negro no Brasil (Sublime Pergaminho)

Sublime Pergaminho - Unidos de Lucas, 68
Martinho da Vila
Composição: Zeca Melodia - Nilton Russo - Carlinhos Madrugada

Quando o navio negreiro
Transportava negros africanos
Para o rincão brasileiro
Iludidos
Com quinquilharias
Os negros não sabiam
Que era apenas sedução
Pra serem armazenados

E vendidos como escravos
Na mais cruel traição
Formavam irmandades

Em grande união
Daí nasceram festejos
Que alimentavam o desejo
De libertação
Era grande o suplício
Pagavam com sacrifício
A insubordinação

E de repente
Uma lei surgiu
E os filhos dos escravos
Não seriam mais escravos
No Brasil

Mais tarde raiou a liberdade
Pra aqueles que completassem
Sessenta anos de idade
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
"Meu Deus, meu Deus
Estpa extinta a escravidão"


Lei nº. 2040 - de 28 de setembro de 1871

Declara de condição livre os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei, libertos os escravos da Nação e outros, e providencia sobre a criação e tratamento daquelles filhos menores e sobre a libertação anual de escravos.

A princesa imperial regente, em nome de Sua Majestade o Imperador o Senhor Dom Pedro Segundo, faz saber a todos os súditos do Império, que a Assembléia Geral decretou, e ela sancionou a Lei seguinte:

Art. 1º: Os filhos da mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei, serão considerados de condição livre.

...

Art. 10º: Ficam revogadas as disposições em contrário. Manda portanto a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém. O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas a façam imprimir, publicar e correr.



Dada no Palácio do Rio de Janeiro, aos vinte e oito de setembro de mil oitocentos setenta e um, quinquagésimo da Independência e do Império.

Princesa imperial Regente.
Theodoro Machado Freire Pereira da Silva.

domingo, 26 de setembro de 2010

E chega São Cosme e Damião

Na cozinha o tacho esquenta preparando os doces para a criançada e Jacaré contempla Nelson Sargento ouvindo Sueli Costa e Abel Silva com Zélia Duncan

Jura secretaa
Sueli Costa / Abel Silva

Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que eu não causei

Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
Do que por não saber ainda não quis

Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que eu não sofrí

As imagens estilizadas de Cosme e Damião falam com Jacaré ouvindo esse ponto

e na Bahia o caruru é servido para as crianças
e junto vai um vatapá

Vatapá
Quarteto em CY
Composição: Dorival Caymmi


Quem quiser vatapá, ô
Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer
Que saiba mexer
Que saiba mexer

Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola, iaiá
Na hora de temperar

Não para de mexer, ô
Que é pra não embolar
Panela no fogo
Não deixa queimar
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Se faz um vatapá
Se faz um vatapá
Que bom vatapá

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bailarina

Essa matéria é melhor clicando na aba esquerda do seu rato e acompanhada ao som de Jhonny Alf e Alaide Costa em Ilusão à toa

Na festa da primavera com uma reverence saudou-se o Bloco Mulheres da Vila
Com uma bailarina, jacaré saúda a dança



De passo marcado

Ou reverência na irreverência de Isadora Duncan


Nessa viagem, Fernando Pessoa mandou flores

e poesia

Quando Vier a Primavera
Alberto Caieiro


Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quem não pode com mandinga não carrega patuá

Jacaré mais uma vez entrou onde não é a sua e anunciou a primavera no país como tendo começado hoje, 22 pela madrugada. A Primavera para os não jacarenses do hemisfério sul começa é dia 23 aos nove minutos. Uma coisa boa pelo menos - brindemos de nove nessa próxima madrugada.

E como a era do conhecimento se une à era de Aquarius - muitos beijos, danças e muitos contatos corpo a corpo com pouca roupa e que bom! Bem, com a conjunção das eras, compartillhar é a ordem e Jacaré vai hoje com as colaborações de Leila.

"Uma musiquinha bem brejeira para a terra, as árvores e os seres humanos muito bons, incluindo meu pai que nasceu e morreu na primavera e que me ensinou tantas coisas bonitas:

Gaiolas abertas
João Donato e Martinho da Vila

Voa, voa, passarinha, voa
A gaiola está aberta
Nada já te prende mais
Voa, bate asa e vai embora
Mas há perigos lá fora
Visgos e pedras mortais
Voa, pra ser livre valem os riscos
Voa, foge lá pros altos picos
Canta pra chamar o companheiro
Que anda voando fagueiro
Entre frutas tropicais

Leila Sales.
(eles falam passarinha,muito bom!)

E como quem cochicha, o rabo espicha nada como espichar as pernas, rabos verticais inferiores, com Cochichando com Pixinguinha,

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dia da árvore - muito a comemorar

Vinte e um de setembro, Jacaré interrompe a publicação das intrigas da festa para comemorar o dia da Árvore que, para os extra jacarenses é véspera da Primavera que chega dia 22 aos cinco minutos.

Jacaré convoca pois a um brinde, mesmo cada um na sua, aos cinco minutos do dia 22 como sugeriu Tânia.

Muito a comemorar porque a Amazônia teve recorde na redução do desmatamento:
E com as condições melhorando o irmão do Norte sai a passeio

Mais um motivo para comemorar é a chegada ao Jacaré a proposta da amiga Leila (leia amanhã o mistério da Leilas) de uma campamha de preservação das árvores de Vila Isabel, preservando as maritacas:

domingo, 19 de setembro de 2010

A primavera chegou em Vila Isabel - depois, verão com Noel

Festa linda com o concurso de sonhos ganho pela Leila, com crianças pintando a primavera, com adultos pintando o sete , com o Bloco das Mulheres da Vila, com muita música bonita, voz lucianamente cantada, com o Miúdo na percussão, com cerveja, caipirinha, roupa de casamento, flores na cabeça, dança dançada e já estamos com saudades.

Aliás, Juliana, filha do Sergio Rosa, hoje pela manhã em entrevista ao Jacaré, disse que não veio à festa por causa da chuva forte. Ela esqueceu que Jacaré é bicho d'água e que aqui na Vila só chove antes da festa, não é como Botafogo chuvento.

Aqui ve-se a fábrica de sonhos. Diz a lenda e a vida das ancestrais imagens que um sonho de mulher escolhido de dentro da fábrica, a cada ano, na chegança da primavera, se torna realidade com toda certeza.
Assim durante a festa os sonhos em bilhetes foram colocados dentro da fábrica. Ao sorteio, nossa Leila foi a sorteada e seu sonho será realidade.

A criançada pintando a primavera como Toquinho - "numa folha qualque eu desenho um sol amarelo"


Miúdo no Grupo Musical é samba aprendido na Vila Isabel
Aqui, vale contar uma história: pouco antes da festa, a Dietoria do Bloco, avaliou o estado do boneco de Noel e concluiu que a aparência estava muito ruim e que precisava ser reformado ou dar baixa.
Até aí tudo bem, mas quando a festa começou, Noel, sozinho, se deslocou e foi para o melhor ponto para paquerar as cabrochas como Sheila e Rachel
Sonia e Marcelinho abrem a festa com um beijo em Luciano

Por que, a fala conjugada no passado passou o presente?
- Porque a festa começou e dela não se sairá, pois ela entrou na nossa memória e poderá virar sonho. Um brinde ao Flávio Loureiro
Anete, do Largo do machado mas não largo do copo, com sutileza e beleza enfeita os passos de Edu, o nosso pé de valsa
Agora, respeitável público, o Bloco das Mulheres da Vila é recebido com reverência e com Rosana
E o Bloco chega, canta, dança, balança com vestidos e missangasDaqui não saio, daqui ninguém me tira... assim são Mulheres da Vila
E que se exploda o Bar do Costa, que em rio de piranha, jacaré nada de costa
E Jacaré manda um abraço p'ro Costinha

sábado, 18 de setembro de 2010

Hoje - 18 de setembo - Tragam seus sonhos

Com poesia, jacaré, hoje faz a festa dos Sonhos de Primavera e muitos sonhos já chegaram até o Bloco.

Ontem nos preparativos, na esquina do Jacaré, uma namorada tentou depositar seu sonho, o namorado quatro por quatro, na caixinha de guardar sonho para o sorteio - ele não aceitou e fugiu com medo de virar sapo.

Numa outra mesa, Patrícia tentou enfiar na caixinha Freud e Jung - a porrada comeu na caixa, não deu certo a tentativa de reconciliação.

Vera, que perdeu a lata com pó de arroz, sonhando encontrar a latinha tentou mas a lata também não entrou na caixa.

Pegaram um cavalo ferro e esse sim entrou na caixinha, é só ouvir com Fagner ou Ednardo - Jacaré deixa e convida:


Montado num cavalo ferro
Vivi campos verdes, me enterro
terras trópico-americanas
Trópico-americanas, trópico-americanas
E no meio de tudo, num lugar ainda mudo
Concreto ferro, surdo e cego
Por dentro desse velho, desse velho
Desse velho mundo

Pulsando num segundo letal
No planalto central
Onde se divide, se divide, se divide
O bem e o mal
Vou achar o meu caminho de volta
Pode ser certo, pode ser direto
Caminho certo sem perigo, sem perigo
Sem perigo, sem perigo fatal

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sonhos de primavera - Festa de Samba Choro

Eu sou eu, jacaré é bicho d'água

convida pra a festa Sonhos de primavera

Sábado - 18 de setembro - 18:30

Samba Choro com o Luciano na voz e Grupo Caviúna

Ao ar e rua livre

Rua Visconde de Abaeté esquina com Torres Homem

Vila Isabel


(Van Gogh)

Sonho Meu
Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho

Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe, sonho meu
Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe, sonho meu
Vai mostrar esta saudade, sonho meu
Com a sua liberdade, sonho meu
No meu céu a estrela guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolia, sonho meu
Sinto o canto da noite na boca do vento
Fazer a dança das flores no meu pensamento
Traz a pureza de um samba
Sentido, marcado de mágoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
O vento vadio embalando a flor, sonho meu
Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe, sonho meu
Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe, sonho meu

e mais Van Gogh

Primavera Tim Maia
Cassiano / Sílvio Rochael

Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti

Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor

Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)

Meu amor...
Hoje o céu está tão lindo (sai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (sai chuva)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Para que se tenha sonhos, é necessário trabalhar

Os mais jovens lembram, pois suas avós contam, que ao fim do programa Balança mais não cai, na Rádio Nacional, era anunciado que enquanto os moradores iriam dormir, Max Nunes e Castro Barbosa ficariam acordados escrevendo as histórias do próximo programa.

E quem quiser rir com humor de humoristas veja Paulo Gracindo e Brandão Filho nesse vídeo do Balança, já então na TV. ou ouça a Rádio Nacional lá pelos cinquenta.

Assim é o Jacaré, no domingo à noite Waguinho,Vera, Valéria, Lurdinha e Rachel prepararam a faixa, feita pelo Vavau, para anunciar a festa no poste comme il faut:


Waguinho, a escada e Sergio Rosa, com Rafael Zimerman no trabalho de copy desk, afixaram a faixa convidando para que os festejantes levem seus sonhos para a festa.


Enquanto a faixa subia, com pouquíssima catenária, nosso fotǵrafo flagrou o casal João Guerreiro e Nívea que, com merecimento, brindavam o sucesso na obtenção do cadastramento do jacaré para promover as atividade de Carnaval em 2011, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo de sexta feira.
Como no Jacaré terminar em numa cervejinha é Epicura obrigação obrigatória, Sônia Cunha centrou o Costinha no fundo da foto e lembrou que estiveran à espera da faixa, e não resistiram, a Sheila, Rique, Sõnia e Pardal

domingo, 12 de setembro de 2010

Primavera dos Sonhos - o comentário vira página

Jacaré recebeu um presente literário que o torna mais responsável pela brilhanteza da Festa de 18 de setembro. Brilhanteza é a soma de brilhante com completeza assim como uma estrela de primeira grandeza.

Tem mais, Sheila e Lurdinha, jacarenses de ídem grandeza, trazem à festa a vestimenta de pareôs com muitas flores para mulheres e homens.

Para mostrar o figurino de um pareô, Jacaré ficou azedo pois foi na internete buscar imagem e encontrou de tudo, menos um pareô. Foi em sarongue e achou um mais ou menos pareô. Jacarenses vestis pois dessa maneira para sábado, sendo saia e blusa é mais pareô do que essa caretice abaixo.



E vamos, lá ao presente literário:

"Gullar disse que aprendeu muitas coisas com seu gato chamado Gatinho, bicho sabido e companheiro, inclusive quando ele se foi o velho poeta não teve outro, pois afirma que amigo não se substitui. Teve também filhos esquizofrênicos e algumas dezenas de dores, mas forte e sonhador segue caminhando e ofertando aos que se aproximam, “poemas janelas” por onde nossas almas conseguem vislumbrar e resgatar sua melhor parte, por vezes esquecida na mesmice da vida.

Mas para o Jacaré não ficar com ciúme do bichano do Gullar, ele precisa saber que é Epicurista, pois segue os preceitos do filósofo acerca da essencial da vida, e mesmo sendo um bicho d’água, busca a liberdade, a felicidade e desafia o tempo, exigindo que ele seja suficiente para que se medite sobre tudo isso.

Assim, mesmo que muitos de nós não fujamos de casa aos oitenta anos, e outros não realizem o amor presente nos poemas de Yeats, uma coisa é certa, a primavera sempre vai chegar, florindo os Ypês da Vila e lançando luz nos nossos ouvidos.

Leila Sales"


Renoir, saúda o público e pede passagem para seu gato

"Tantas formas revestes, e nenhuma
Me satisfaz!
Vens às vezes no amor, e quase te acredito.
Mas todo o amor é um grito
Desesperado
Que apenas ouve o eco...
Peco
Por absurdo humano:
Quero não sei que cálice profano
Cheio de um vinho herético e sagrado.

Miguel Torga,
in 'Penas do Purgatório'"


A tela e a poesia podem ser vistas em Portugal Poético com fundo musical que Jacaré não sabe qual é, e agradece a quem contribuir desvendando-o.

E agora, beijo na boca no chão

Fogo e Paixão
Wando e Rose

Você é luz
É raio estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô
Você é "sim"
E nunca meu "não"
Quando tão louca
Me beija na boca
Me ama no chão...

Me suja de carmim
Me põe na boca o mel
Louca de amor
Me chama de céu
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
E quando sai de mim
Leva meu coração
Eu sou fogo
Você é paixão...

sábado, 11 de setembro de 2010

Respeitável público: Sábado que vem festa da Primavera

Jacaré, em alegria, vai ao ar da Vila e com as maritacas não se veste como os lírios do campo mas o vê e traz aqui:

Jacaré se rende à maioria do Bloco e vem cantar Ferreira Gullar para o dia 18

Cantiga pra não morrer
Ferreira Gullar


Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

Moça de sonho e de neve,
me leve no esquecimento,
me leve.

Jacaré também por recomendação da Leila, foi a tribo do Kuikuros pegar pequi

e cantar pintado de urucum capixaba ouvindo Dircinha Batista em A india vai ter nenem

A índia vai ter neném!
Mais um, mais um
Mais um que vem! (bis)

Depois que vem o "baby",
Chefe pinta "baby" de urucum,
E fica a tribo toda só na boca:
Mais um, mais um, mais um!

Ao final do cordão teremos:

Rique pintado de índio comendo galinha caipira com pequi sugerida pelo Sergio Rosa,

Luciano cantando a Ìndia e a Cantiga com a Parcimônia

Marcelinho e Aldo declamando Gullar de cor

As jacarenses, Sônias e outras mais não menos importantes de pareô

Waguinho reclamando mas sorrindo

e os foliões embalsamados

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sonhos de primavera por Gullar, Quintana e Yeats

Primavera verde e gentil, aqui e no dazibao do Gentileza. E folha verde na festa do Jacaré terá


Poemas Neoconcretos II

Ferreira Gullar

verde verde verde
verde verde verde
verde verde verde
verde verde verde erva

Doces de Dublin nos galhos da árvore, a festa da Primavera do Jacaré terá



As Vozes Eternas

William Butler Yeats
(1899)
Oh, doces e perenes Vozes, permaneçam;
Vão até aos guardiões das hostes celestiais
E os ordene que vagueem obedecendo à Tua vontade,
Chamas sob chamas, até o Tempo deixar de existir;
Não tem você ouvido que nossos corações estão cansados,
Que você tem chamado por eles nos pássaros,
Yeatsno vento sobre as colinas,
Em balançantes gallhos nas árvores,
Yeatsnas marés pela beira-mar?
Oh, doces e perenes Vozes, permaneçam.

Como Gullar trouxe a erva verde, Quintana fez uma cuia de chimarrão que como um lábio sonhado passará de boca e em boca, e na Festa da Primavera do Jacaré terá

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Faltam 12 dias para a festa da Primavera

Após meses de consulta, ao publicar o nome da festa, Jacaré recebeu do Aldo, jacarense diretor em diáspora por Rio das Ostras, a lembrança de que havia proposto que a festa homenageasse Ferreira Gullar - poeta maranhense.

Assim, premido pelo tempo, Jacaré joga na conciliação de Leila e Aldo. O nome da festa é !sonhos de primavera" e tem a chamada: tragam seus sonhos. Assim Gullar, Quintana e Yeats e outros mais da poesia serão homenageados.

Por falar em Yeats, O Globo, nessa segunda teme na coluna de Felipe Hirsch :

"Colocaria o mundo a teus pés, mas ou pobre e tenho apenas sonhos, quero estendê-los a teus pés, pise com cuidado, são meus sonhos" Yeats

No Globo tem também o fotógrafo Berg - nosso querido jacarense com a sessão fotográfica Domingueira
Jacaré, como foi na domingueira do Berg, aproveitou para referescar a garganta com aǵua com hortelã:

sábado, 4 de setembro de 2010

Dezoito, o dia da Festa da Primavera

Jacaré ontem errou pois Jacaré também não é gente pois gente não erra, se equivoca ou diz que outrem é quem está errado e a porrada come. Quando gente assume erro então enche o pote e sai a cantar - "se eu errei foi sem querer, jamais pensei em te fazer sofrer". Oiçam com Ana Costa e a letra está em Se Eu Errei, de Risadinha, Humberto Carvalho e Edu Rocha,

Isto posto a festa da Jacaré será dia 18 - sábado

O nome da festa : Sonhos de Primavera – uma homenagem das flores a Mário Quintana

O Band líder Luciano Macedo, num país tropical

Grupo musical : Caviúna


Na ocaisão será dado início ao movimento “Caipora , Mem de Sá fora” pois índio quer apito e se não der pau vai comer.
Tela de Rugendas – Índios

ANTOLOGIA DE POESIA INDÍGENA
SOU ÍNDIO E TENHO ORGULHO DE SER ÍNDIO
Eu nasci índio, e quero morrer sendo índio.
Eu sou índio, porque sei dançar o ritual do awê.
Eu sou índio, porque sei contar a história do meu povo.
Eu sou índio, porque nasci na aldeia.
Eu sou índio, porque o meu sistema de viver, de pensar, de trabalhar e de olhar o mundo é diferente do homem branco.
Eu sou índio, porque sempre penso o bem para meu povo e todas as nações indígenas.
Eu sou índio, Pataxó, sou brasileiro, sou caçador, pescador, agricultor, artesão e poeta.
Enfim, sou um lutador que sempre procura a paz.
Sou índio, porque sou unido com meus parentes e todos aqueles que se aproximam de mim.
Sou índio, e tenho orgulho de ser índio
(Kanátyo Pataxó – O povo Pataxó e sua história.)
Material copiado de Rio abaixo

Uma flor é uma flor

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Festa da primavera - setembro chegou

Jacaré esteve ausente durante uma semana num justo descanso e retorna animado com a organização da festa de 19 de setembro com a volta de Luciao na voz e o grupo Caviúna.

Priamvera são flores, aqui as estão copiadas de Ana Pessoa

é poesia, para ser bebida com vinho do Porto
Quando eu morrer voltarei para buscar, os instantes que não vivi junto ao mar"

Hora
Sophia de Mello Breyner Andresen

Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar.


é samba

Deixe a Menina
Chico Buarque
com Chico e Mestre Marçal

Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz

Eu não queria jogar confete
Mas tenho que dizer
Cê tá de lascar
Cê tá de doer
E se vai continuar enrustido
Com essa cara de marido
A moça é capaz de se aborrecer

Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher mil homens, sempre tão gentis
Por isso para o seu bem
Ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem

Não sei se é para ficar exultante
Meu querido rapaz
Mas aqui ninguém o agüenta mais
São três horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz

Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São seis horas o samba tá quente
Deixe a morena com a gente
Deixe a menina sambar em paz

intercontextalizou com Pixinguinha e Martinho, uma sugestão do jacarense Pardal