Jacaré, coletando contribuições temáticas para a festa da primavera, de 21 de setembo, está puto da vida com a piadinha inecológia que recebeu dentre milhares de correspondências.
Vejam:
Como se faz para matar um urso branco ?
- Pega-se a espingarda de matar urso branco, fica-se de tocaia e quando o urso passa manda-se-lhe um tiro certeiro.
Como se faz para matar um urso preto ?
- Fica-se atrás da árvore esperando o urso passar. Ao passar dá-se-lhe um susto, ele fica branco. Pega-se a espingarda de matar urso branco e manda-se-lhe um tiro certeiro.
Como se faz para matar um urso amarelo ?
- Chega-se por trás do urso dá-se-lhe um nó no rabo, ele fica vermelho de raiva, nesse momento dá-se-lhe um susto, ele fica branco. Pega-se a espingarda de matar urso branco e manda-se-lhe um tiro certeiro.
PS: homenagem à fada do jacarense João Guerreiro
É, João, o urso, otário não é, assim falou Moreira da Silva
Amigo urso, saudação polar
Ao leres esta hás de te lembrar
Daquela grana que eu te emprestei
Quando estavas mal de vida e nunca te cobrei.
Hoje estás bem e eu me encontro em apuros,
Espero receber e pode ser sem juros.
Este é o motivo pelo qual lhe escrevi,
Agora quero que saibas como me lembrei de ti.
...
Jacaré original não é, ele se repete quando gosta e gosta de Júlio Cortazar e seu urso que faz discurso como esse:
"Eu
sou o urso dos canos da casa, subo pelos canos nas horas de silêncio,
pelos tubos de água quente, do aquecimento, do ar-condicionado, vou
pelos tubos de apartamento em apartamento, sou o urso que vai por todos
os canos.
Acho que gostam de mim porque meu pêlo conserva os condutos limpos, corro incessantemente pelos tubos e do que eu mais gosto é passar de andar em andar escorregando pelos canos.
E no verão nado à noite na cisterna salpicada de estrelas, lavo o rosto primeiro com uma mão, depois com as duas juntas, e isso me produz uma alegria muito grande."
Como a festa será da primavera e as flores são do mal, pode-se procurar a que está sempre alegre:
“Teu ar, teu gesto, tua fronte
São belos qual bela paisagem;
O riso brinca em tua imagem
Qual vento fresco no horizonte.
A mágoa que te roça os passos
Sucumbe à tua mocidade,
À tua flama, à claridade
Dos teus ombros e dos teus braços.
As fulgurantes, vivas cores
De tuas vestes indiscretas
Lançam no espírito dos poetas
A imagem de um balé de flores.
Tais vestes loucas são o emblema
De teu espírito travesso;
Ó louca por quem enlouqueço,
Te odeio e te amo, eis meu dilema!
Certa vez, num belo jardim,
Ao arrastar minha atonia,
Senti, como cruel ironia,
O sol erguer-se contra mim;
E humilhado pela beleza
Da primavera ébria de cor,
Ali castiguei numa flor
A insolência da Natureza.
Assim eu quisera uma noite,
Quando a hora da volúpia soa,
Às frondes de tua pessoa
Subir, tendo à mão um açoite,
Punir-te a carne embevecida,
Magoar o teu peito perdoado
E abrir em teu flanco assustado
Uma larga e funda ferida,
E, como êxtase supremo,
Por entre esses lábios frementes,
Mais deslumbrantes, mais ridentes,
Infundir-te, irmã, meu veneno!”
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