"Até manhã se Deus quiser, senão chover eu volto p'ra te ver, oh mulher.
De ti gosto mais que outra qualquer, não vou por gosto, o destino é quem quer.
Destino gente e não coisa. Melhor voltar para o bar, ô mulher.
um bêbado de saudade"
A manhã de carnaval invadiu os sentidos do Jacaré logo cedo numa música que jamais se fez igual enfeitada de Orfeu e Eurídice de Luiz Bonfá e do gordo Antônio Maria, na voz de Elizete Cardoso - a divina.
Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que virás
Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus
Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor
Noel não deixa um bêbado esquecido ao relento e o acolhe cantando com João Petra de Barros
Até amanhã se Deus quiser
Se não chover eu volto pra te ver
Oh, mulher!
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto
O destino é quem quer
Adeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa em que eu jogo
Três palavras vou gritar por despedida:
"Até amanhã! Até já! Até logo!"
O mundo é um samba em que eu danço
Sem nunca sair do meu trilho
Vou cantando o teu nome sem descanso
Pois do meu samba tu és o estribilho
e o bêbado chega em casa e é recebido com açúcar e com afeto da Nara
Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa.
Qual o quê!
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa.
Você diz que é operário.
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar.
Qual o quê!
No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê.
Sei que alguém vai sentar junto;
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol.
E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Custei um pouco para compreender o que estava vendo, de tão inesperado e sutil que
era: estava vendo um inseto pousado, verde claro, de pernas altas. Era uma esperança, o
que sempre me disseram que é um bom augúrio. Depois a esperança começou a andar
bem de leve sobre o colchão. Era verde transparente, com pernas que mantinham seu
corpo em plano alto e por assim dizer solto, um plano tão frágil quanto as próprias
pernas que eram feitas apenas da cor da casca. Dentro do fiapo das pernas não havia
nada dentro: o lado de dentro de uma superfície tão rasa já é outra própria superfície
Vem a noite e mais um copo,
Sei que alegre 'ma non troppo'
Você vai querer cantar.
Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar.
Quando a noite enfim lhe cansa,
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão,
Qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida.
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração.
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem-comportado
(...)
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
E ao lhe ver assim cansado,
Maltrapilho e maltratado,
Ainda quis me aborrecer,
Qual o quê.
Logo vou esquentar seu prato.
Dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você.
Acordaram, era início da noite, foram ao Odeon passear de mãos dadas e ouvir Ernesto Nazaré
Comigo foi diferente:
ResponderExcluirJá sei a notícia que vens me trazer
Os seus olhos só faltam dizer
O melhor é eu me convencer
Guardei até onde eu pude guardar
O cigarro deixado em meu quarto
É da marca que fumas
Confessa a verdade, não deves negar
Anônimo e triste
Já vi Matisse
ResponderExcluire li Clarice
quem foi ?
quem foi?
Quem foi que me disse?
- A voz?
- As vós?
Sei lá!
sergio rosa