sábado, 6 de outubro de 2012

Jacaré vota hoje nas eleições municipais no contraditório a Platão



Platão (428-328 a.C.)

Platão não acreditava na democracia. Para ele a política, a boa condução dos homens em sociedade era uma arte que somente bem poucos dominavam - os mais sábios.

Pois saiba seu Platão, até que você tinha razão, pois sábio é o povo, assim falaram Jacaré  e Glauber Rocha 

e cantou Sergio Ricardo

- Se entrega, Corisco!
- Eu não me entrego, não!
Eu não sou passarinho
Pra viver lá na prisão
- Se entrega, Corisco!
- Eu não me entrego, não!
Não me entrego ao tenente
Não me entrego ao capitão
Eu me entrego só na morte
De parabelo na mão
- Se entrega, Corisco!
- Eu não me entrego, não!
(Mais forte são os poderes do povo!)

Democracia para não ver nosso povo torturado por uma diatdura  militar como nessa foto da passeta dos 100 mil em 1968.



De lá pr´á cá o tempo da página infeliz se foi e aqui estão as novas gerações, assim falou Chico Buarque

Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações

Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais

Eu sou eu, jacaré é bicho d'água - niver de Noel 2010

E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral... vai passar



 E a Imperatriz, contestadora à época, veio em 1972 com esse sanba épico, batucado na mesa do bar por Zé Catimba e Martinho da Vila

Vem cá, Brasil
Deixa eu ler a sua mão, menino
Que grande destino
Reservaram pra você
Lá lá lá lá lauê
Fala Martim Cererê (bis)
Tudo era dia
O índio deu a terra grande
O negro trouxe a noite na cor
O branco a galhardia
E todos traziam amor
Tinham encontro marcado
Pra fazer uma nação
E o Brasil cresceu tanto
Que virou interjeição
Lá lá lá lá lauê
Fala Martim Cererê (bis)


 
e assim se vai Jacaré para as urnas na peroba e com Matita Pereira 

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira


e nos canteiros com Matita Perê

No jardim das rosas
De sonho e medo
Pelos canteiros de espinhos e flores
Lá, quero ver você
Olerê, Olará, você me pegar 

Vou votar é com vontade e garra, assim falou Jacaré e, no fim do dia, aquelas cervejinhas de Vila Isabel libertárias.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Jacaré no Cosme e Damião retroativo



Crianças na rua


Ai, saudade de correr atrás de doce, em PADRE MIGUEL, com muito fôlego. Esperávamos
pelo 27 de setembro, ansiosamente. Cada irmão tinha uma bacia, grandona, prá despejar os
doces.
Marcelinho, será que a gente já disputou um saquinho de doce? acho que não, era tanta
fartura, só não pegava, como diz o Rosa, quem era mulher do padre.
Agora tento correr atrás do dindin....muito sem graça essa brincadeira.
De um desconhecido, sem tristeza, só saudade mesmo, do tempo, pessoas, e tais.

Colham botões de rosas enquanto podem,
O velho Tempo continua voando:
E essa mesma flor que hoje lhes sorri,
Amanhã estará expirando.

Melhor idade não há que a primeira,
Quando a juventude e o sangue pulsam quentes;
Mas quando passa, piores são os tempos
Que se sucedem e se arrastam inclementes.

Por isso, sem recato, usem o tempo,
E enquanto podem, vivam a festejar,
Pois depois de haver perdido os áureos anos,
Terão o tempo inteiro para repousar.


  Sheila 
 
 
 
Padre Miguel 
 
 li sua mensagem, desci um  pouco aqui do trabalho, comprei uns doces de
banquinha e distribuí

                 bela lembrança sua de correr atrás de doce - eu no Engenho de Dentro:
cocada, cocô de rato, maria mole, doce de leite, balas, doce de
ábobora, de batata...

                  e tinha aquelas festas em algumas casas com mesa posta de doces

                  ai , que saudade boa de trazer dentro da gente a criança que fomos e
somos um pouco

                   um beijo doce para a nação jacarense

                    sergio rosa 
 
 
 Engenho de Dentro
 
Só vi agora meus e-mail e os relatos da Sheila e do Sergio.
Essa vida de suburbano, pelo menos na primeira infância, nos fazem mais felizes do que
pinto no lixo...
Em Londrina (PR), não tinha essa história de doce. Entretanto, quando vim para Vila
Isabel a coisa mudou.
Minha mãe deixava eu faltar aula no dia Cosme e Damião (e do Doum) e no do meu
aniversário. Aí era só correr atrás: doce de abóbora no formato de coração, nunca
gostei, mas em casa era um sucesso. Mas, bom mesmo naquela época era conseguir os
famosos "cartões" dos  Centros Espíritas (para nós de macumba mesmo)!
Aí a festa era arregada. Em uma, quando morava ainda em Jacarepaguá, um dos erês veio
com um prato de pudim e esfregou na minha cara. Inesquecível: nunca mais na minha vida
comi pudim....
Ontem ainda consegui de manhã cedinho procurar doce com o Pedro...E são eles - Pedro e
Miguel - que me mantem neste universo infantil, sempre!
Beijos

João Guerreiro
 
 
 Pegador de cabulador de aula
 
 
Pegar doce , é recolher memória.
Ao recordar a infância,
Me coloco ausente , esteira do tempo,
Olhar pro céu , enxergar as nuvens em formatos variados,
e eu que sempre achei, que um dia a nuvem me levaria,
para ... VIDA!


MARCELINHO 
 
 
 
 Nuvem
 
 
 
Vovô me mande um balão,

Cheio de anjinhos lá do Céu!

Vovô me mande um balão,

Cheio de anjinhos lá do Céu!

Tem doce mamãe, tem doce mamãe,

Tem doce lá no jardim!

Tem doce mamãe, tem doce mamãe,

Tem doce lá no jardim!

Que Cosme e Damião nos proteja da vida adulta e de suas mazelas!

Beijos infantis para todos

Rachel 
 
 
 
 
Vovó Balão 
 
Hoje é dia dos doces
meninos e meninas
correm pelas ruas
e apertadas vielas

Na alegria expressa
em sorrisos pelas prendas
balas, pirulitos, cocadas
que este dia presenteia

Não importa a crença
que doces e brinquedos simbolizam
nesta cultuada oferta
os saquinhos com imagens tocam

Os pequenos corações
das crianças de todas as classes
pés descalços ou com tênis modernos
fragilizados ou bem cuidados

João e Maria, Margarida e Djalma
as comemorações atingem a alma
dessas doces criaturas
dedos nas bocas e mãos às cinturas

Cada qual buscando o melhor quinhão
A bola de couro pra bater um bolão
E pras meninas uma boneca
E que delícia de pipoca

O dia 27 de setembro
foi sempre um marco
de um re-encontro pueril e doce
com os olhos da criança presente

Em cada um de nós
para quem recorda
Cosme e Damião como médicos
devotados aos cuidados e à cura.
Que saudade! Eu que sou Gêmeo, ganhava muitos doces e brinquedos, os meus saquinhos
vinham sempre com dinheiro.
 
 
 
 
Gêmeos